Desafio do cartaz de apresentação do livro – 2 questões:

O que aprendemos/ sabemos da profissão dos nossos pais?
O que aprendemos/ sabemos das atividades dos nossos filhos?

– Apelo à ligação interativa entre duas gerações: pais e filhos;
– Incentivo ao diálogo entre pais e filhos sobre o seu quotidiano: o que mais gostaram de fazer, o que aprenderam, etc.;

Importância da partilha tendo em conta a realidade de hoje em dia: cada vez os pais passam mais tempo fora de casa em trabalho e os filhos a mesma coisa, na escola e em atividades diversas. Dá-se um afastamento familiar, daí que seja importante ambos perceberem o que fazem/porque o fazem, para verem nisso uma oportunidade de aprendizagem informal.

É igualmente importante perceberem que a distância, apesar de ser difícil, é necessária para ambos – pais e filhos – se realizarem (os pais para ganharem dinheiro, para se sentirem úteis, para desempenhar funções que lhes dão prazer e os filhos, para adquirirem novas competências, para desenvolverem novas capacidades – cognitivas, motoras, criativas e para se divertirem) e que depois… há o regresso, o contar das novidades, o mexer nas caixas, o cheiro dos sapatos novos, o sentir as novas texturas… o matar das saudades = educação para os afetos – fundamental nos primeiros tempos de infância com repercussões em toda a vida.

Neste sentido, no 1º Ciclo do Ensino Básico, este domínio pode ser trabalhado também com o recurso a este livro mas além disso, este apresenta um potencial imenso nas diferentes áreas em termos de atividades a desenvolver:
Língua Portuguesa: escrita criativa imaginando que o aluno é um daqueles sapatos que vai ser vendido a alguém ou a descrever uma peripécia que tenha acontecido ao vendedor durante uma das suas viagens; pesquisar e trabalhar provérbios com o tema das profissões; perceber o uso dos adjetivos como forma de enriquecimento de um texto; etc.
Matemática: trabalhar distâncias, formas, tempo, etc.
Estudo do Meio: abordar as profissões, as atividades económicas, os materiais, as diferenças entre meios rurais e meios urbanos, etc.
Expressão Plástica: trabalhar as texturas, as cores, composições, construções, etc.
Expressão Dramática: elaborar fantoches das personagens; inventar diálogos entre os sapatos durante uma viagem; jogos dramáticos partindo de palavras do texto tendo como base um parágrafo específico “Teatralizávamos cenários e histórias para as personagens que os calçariam”.
Inglês (e outras línguas): exploração do texto bilingue; recurso ao jogo que acompanha o livro permitindo explorar outras línguas e despertar a curiosidade das crianças para as mesmas;
Além de tudo isso, a Nídia ainda nos oferece algumas dicas práticas sobre a questão da Educação para o Ambiente Sustentável: politica dos 4r’; sapatões; bancos de sapatos.

Outra grande mais-valia do livro: preço acessível a todos (facilidade de os pais adquirirem e dos professores puderem trabalhá-lo nas aulas).

Como professora de Educação Moral e Religiosa Católica considero que o livro possui uma ótima mensagem para abordar a questão da família – conteúdo programático do 5º ano de escolaridade, sobretudo ao nível dos valores familiares.

Por último, mas não menos importante, enquanto futura mãe, quero dizer-vos que já lemos a história do “Vendedor de Sapatos” ao Mateus que reagiu muito bem com uns pontapés bem evidenciados. Vamos continuar a lê-la (experimentando a versão em inglês), pois queremos que ele comece desde cedo a perceber a necessidade da distância mas também a importância do regresso, da união familiar, do estarmos juntos… que ambas fazem parte da nossa vivência e que quanto melhor percebermos isso melhor saberemos lidar com os nossos sentimentos e a Nídia, com a sua simplicidade, ternura e emoção, neste livro e em todos os outros projetos ensina-nos isso tão bem.

Livraria Arquivo (Leiria), 15 de novembro de 2014
Ana Rute