A HISTÓRIA DE COLMEIAS TECE-SE COM DOCUMENTOS
Pelo Prof. Doutor Saul António Gomes

A história de Colmeias é tão antiga quanto a da nacionalidade. Nasceu com o castelo de Leiria, podemos dizê-lo.
Falamos, de facto, do tempo em que os primeiros colonos, oriundos de Coimbra, de Montemor-o-Velho, de Soure e de outras terras setentrionais mais distantes, mesmo da Galiza, desceram para este território e aqui começaram a explorar as riquezas que estas terras ofereciam. Para os proteger a eles e a outros muitos, foi edificado o castelo de Leiria. Castelo que permitiu ao primeiro rei português, aliás, dispor de uma posição militar estratégica para a levar a bom cabo a conquista de Santarém.
Em Colmeias se instalaram alguns religiosos do Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra. A este mosteiro pertenciam a administração de todo o priorado de Leiria, como se fosse uma diocese, só sujeita ao poderoso dom prior-mor crúzio e, depois dele, ao Sucessor de Pedro. Um cónego e dois ou três conversos, não mais, dando existência institucional ao pequeno priorato de S. Miguel de Colmeias cujo centro físico ou arquitectónico se resumia a uma igreja e alguns passais anexos. Dominando a Ribeira de Agodim e o vale generoso que se abre para os lados de Milagres, a granja dos frades de Colmeias oferecia hospitalidade aos que dela necessitavam. E muitos eram os que, indo de Leiria para Pombal e Coimbra, ou daqui descendo em busca das terras do Lis, por aqui passavam.
Narra uma velha lenda, que a história não desmente, que por aqui pernoitou, certa vez, o dominicano e futuro santo Frei Gil de Santarém. Figura de influência, médico do próprio rei, dominando o árabe, o latim e a língua pátria, tido por alguns por nigromante e suspeito, mas cedo elevado por indústria da Ordem de S. Domingos aos altares. Não tinham os pobres residentes vinho capaz para tamanha personalidade, mas o milagre taumaturgo, movido de compaixão, não resistiu a repetir o feito de Cristo, e nunca tão apreciado néctar jorrou das pipas da adega colmeense.
A colheita de méis era então muito importante neste lugar. Uma dádiva da natureza que perdura na alma que se esconde dentro do nome da terra. E não só os méis porque, além do doce produto, aproveitavam os cerieiros as sobras para fabricarem as luzes do mundo.
Colmeias era uma freguesia rural, habitada predominantemente por camponeses laboriosos, decerto alguns escravos trazidos da guerra à mourama, mas também senhoriado por boas e honradas gentes.
Nesse grupo estava um tal Jorge da Costa, cavaleiro professo da ordem de Santiago e foreiro de parte das Quintas que os padres crúzios tinham em Colmeias e no Vermoil. Pessoa de riqueza, tendo fundado uma capela sepulcral na igreja velha de S. Francisco de Leiria. Mais tarde, temos notícia de um novo cavaleiro, agora da Ordem de Avis, senhor do Casal do Monte onde fez construir, por meados de Setecentos uma capela dedicada a Santo António.
Para ajudar na cura das almas, mandou declarar ao notário que lhe averbou a vontade. Nela ficaria guardado o Santíssimo Sacramento que um piedoso capelão deveria levar, em horas de aflição, a doentes e moribundos das redondezas.
A história de Colmeias tece-se com documentos. Aqueles documentos sem os quais não há história. Dos que conhecemos, provenientes de arquivos monásticos e eclesiásticos, resulta uma história essencialmente sobre a tónica religiosa de Colmeias e do seu termo. Não se esgota a história local nessas fontes, mas são elas as que levam mais longe, no tempo, o conhecimento histórico que podemos alcançar desta freguesia.

Colmeias, 20 de Setembro de 2009


INFORMAÇÃO DE PROXIMIDADE
Pelo jornalista da revista "Investe", João Paulo Leonardo

Uma década passa a correr. Parece que foi ontem. Quando nasceu, em Janeiro de 2000, o Notícias de Colmeias despontou num tempo de transformação, na era do crescimento da internet, que se traduziu na chamada globalização da informação.
Fazia então sentido nascer em papel, como aconteceu? A prova está hoje aqui, nesta efeméride, nesta assembleia de leitores e amigos que assinala dez anos de publicação contínua deste mensário de freguesia.
Um trajecto seguramente difícil, muito difícil. Já na altura, colocava-se em causa este tipo de projectos editoriais, mais localizados, de reservada perspectiva económica e duvidosa sustentabilidade económico-financeira. Se o nome da terra ostentada num título é orgulho para os seus habitantes, e também a alavanca identificadora da publicação, como é o Notícias de Colmeias, também um título é fortemente limitador da sua área comercial, do seu mercado. E isso é um risco e pode, inclusivamente, revelar-se como um ponto fraco.
Por outro lado, o seu enraizamento, a sua proximidade, permite conhecer melhor os anseios, as preocupações, respirar todo o fluxo da sociedade onde está envolvido. E isso é um ponto fortíssimo. Todas as notícias têm um valor comparativo, mas o que torna uma notícia importante é mais a sua actualidade, é mais a sua proximidade e é mais a sua consequência (o seu significado e abrangência social).
Existem quatro critérios na definição da lei da proximidade, que é o aspecto geográfico (neste caso, a freguesia), o temporal (o presente, passado e futuro imediato), o sócio-profissional (a profissão, o sector de actividade) e a afectividade (a ligação local).
É por esta base que o jornalista dos meios regionais selecciona, hierarquiza e apresenta a informação, que deve apresentar com simplicidade, concisão e até vivacidade, em função do público para quem escreve - e aí, uma vez mais, é mais fácil percepcioná-lo na imprensa regional, devido à sua proximidade e até cumplicidade com as comunidades locais.
Mas informar é escolher.
É escolher os assuntos, a orientação editorial, o espaço, e mesmo as fontes e a sua credibilidade. São escolhas. Todos os dias se fazem escolhas. Em jornalismo, portanto, a objectividade não existe, anulada por sucessivas escolhas.
Considero que os bens mais preciosos do jornalismo são a honestidade e a independência. São valores reconhecidos pelos leitores, sobretudo a independência. Mas para isso são necessários sacrifícios. O jornalista Hubert Beuve-Méry, fundador do conhecido diário francês Le Monde, dizia que para que num jornal haja independência, duas condições terão de ser reunir: em primeiro lugar, é preciso que aqueles que o fazem desejem essa independência; em segundo lugar, é preciso que essa vontade se traduza em actos.
É portanto a capacidade de manter a linha editorial num intervalo ponderado e responsável que ajuda e contribui para a sua credibilidade, que é meio caminho andado para a sua aceitação, logo sobrevivência.
Manter a equidistância numa publicação local é muito complicado. A proximidade, se por um lado é uma almofada da própria publicação, por outro pode assumir - e assume na maior parte dos casos - ligações bairristas, na suposta defesa dos interesses das populações e das comunidades locais. Não são difíceis de encontrar exemplos de jornalismo de causas, na defesa de um empreendimento, de um projecto ou de determinado aspecto social, como por exemplo, na recolha de brinquedos e roupas para crianças desfavorecidas  - como já o fez o Notícias de Colmeias - ou em prol de determinada instituição de solidariedade social.
Num periódico local, até as omissões servem para responsabilizar o jornal. E não só. Até os espaços, uns mais curtos, outros mais compridos. As imagens, melhores e piores. A proximidade leva a uma maior pressão, o que torna o jornalismo não mais difícil. Mais vulnerável às susceptibilidades, à pressão, por vezes até com tentativas de recurso à violência. O que torna complicada a vida do jornalista, uma profissão aliciante mas difícil, pela sua exposição permanente à crítica e a julgamento públicos.
O jornalista local ouve todos os desabafos. Ouve como se de um polícia se tratasse, de um bombeiro, de um autarca, de um advogado, de tantas e variadas profissões, muitas delas inexistentes na comunidade local. As queixas são inúmeras. É buraco na rua, o esgoto que faz falta, o gato que ficou preso na árvore, o limite das extremas de um terreno, o incêndio que deflagrou, a loja que foi assaltada e por aí fora, até aos casos de marido e mulher, que é - como diz o ditado - onde não se deve meter a colher...
Casos e casos que o jornalista sabe primeiro do que as próprias entidades responsáveis. Muitas vezes, são os jornalistas que informam os bombeiros de determinado acidente, de determinado incêndio, bem como a polícia e outras instituições de variadas ocorrências. Não porque descubram ou adivinhem, mas porque são os primeiros a ser informados. Nalguns casos, erradamente, é certo.
Mas, muitas vezes, perante a aflição, o primeiro recurso do cidadão é... o jornal local. Não porque seja amigo ou esteja ali à mão, mas porque, muitas vezes, inspira mais confiança. E que pode ajudar a resolver o problema. Por isso, a formação do jornalista, seja académica ou intelectual, é naturalmente importante, não só porque nem tudo é notícia, mas também sente o problema e sente-se quase obrigado a ajudar quem o procura.
A notícia, na sua génese, deve reger-se pelo interesse público e não pelo interesse privado. Muitas vezes, o leitor, debaixo do seu chapéu de preocupações, não entende essa divisória.
Na minha experiência enquanto jornalista profissional, já lá vão 22 anos, parte na imprensa regional, parte na imprensa nacional e agora na imprensa especializada, não só fui confrontado com situações pessoais - que não configuram qualquer tipo de interesse público -, mas também por instituições (algumas públicas) que procuravam na publicação uma forma de atingir o objectivo com maior celeridade. A exposição pública, porque mediática, acelera a resolução dos problemas, sobretudo quando se fala para autarquias locais, segurança pública e outros.
Muitas vezes, nas redacções, discutem-se e analisam-se casos em que o jornal podia ser um meio para uma melhoria colectiva e até participei, consciente, dessa missão, nalguns casos. Em nome do interesse público e para usufruto do interesse colectivo.
A confiança depositada num órgão de comunicação social regional é elevada. De acordo com um estudo da consultora IPOM para a Associação da Imprensa Não Diária (AIND), em 2000, 82% dos leitores de jornais locais consideram a informação veiculada credível, e 7% muito credível. 
Parte justifica-se porque é o companheiro de anos, fiel na sua informação, muitas vezes esmiuçada até ao tutano, mas quase sempre confirmada a sua veracidade. Dali sai a informação do que se passa em redor do leitor, na sua rua, na aldeia, na cidade, no país e até no mundo, mas também de onde se extraem pensamentos que enriquecem a formação do indivíduo.
É nesse binómio - informar e formar - que se estabelece o horizonte da maioria da imprensa regional, traduzido num grande volume do seu corpo de conteúdos, sejam notícias, reportagens, entrevistas, artigos de análise e opinião, entre outros.
O grande crescimento da imprensa regional em Portugal está directamente ligado à Igreja, que ainda hoje detém dezenas de títulos, imbuídos muito mais na perspectiva de facultar uma formação cristã do que propriamente na missão de informar. O que é certo é que muito se deve à Igreja, sobretudo ao arrojo e coragem de muitos párocos, no crescimento da imprensa regional portuguesa, como aconteceu nesta freguesia, com o boletim paroquial de Colmeias, nascido em Maio de 1964, mais tarde intitulado Notícias de Colmeias, criado pelo padre António da Silva Bonifácio.
Esta informação, que recolhi no actual Notícias de Colmeias, só ressurgiu aos olhos do domínio público por força desta publicação, que apesar de radicalmente diferente da sua antecessora, também pauta a sua existência pela missão de informar e de formar, sem quaisquer tipo de pretensões em substituir-se às instituições de ensino. São coisas diferentes, ambas necessárias.
Além da área pedagógica, a importância do jornalismo de proximidade traduz-se na valorização realística de outras importantes vertentes, como a social, a económica, a cultural e a desportiva.
Muitos jornais nem saem das suas páginas para conseguir catalisar actividades de vária índole, sobretudo ao nível social, económico e cultural. Outros vão mais além, e até levam ideias ao terreno, na dinamização de eventos que espelham a actividade da própria comunidade, como é o caso do Notícias de Colmeias, que tem movido terras para dar a conhecer a tradição, a história - já desenterrou inclusivamente os dinossáurios da pré-história -, as lendas, até à realidade e ao futuro imediato.
Como tal, a imprensa regional tem assumido uma importância social indiscutível no serviço às populações, servindo como meio de coesão e de afirmação da identidade local e regional, que se repercute na sua região e até no País.
Esta dinâmica é também uma dinâmica de sobrevivência do próprio meio de comunicação. É na capacidade empreendedora dos responsáveis que, na grande maioria dos casos, se assume como vital para a sua sobrevivência. Mas não chega. É também importante que a comunidade local também reconheça a sua importância, já que os sucessivos governos têm misturado tudo - não entendem e nem querem entender o que são publicações locais, publicações regionais e publicações nacionais.
É por isso que grandes grupos económicos, que detêm jornais mas sendo esta actividade completamente marginal ao seu core business, à sua actividade principal, que ainda hoje conseguem receber subsídios estatais, apesar da sua orientação editorial servir mais os seus grupos ou interesses particulares. Outros projectos, mais importantes nas suas comunidades mas mais limitados economicamente, não atingem os patamares legalmente instituídos e não conseguem, por isso, obter quaisquer tipos de apoios estatais.
São políticas feitas à medida, proteccionistas, que vão ao ponto de apenas apoiar projectos com mais de cinco anos de existência, o que é um contra-senso em economia, quando é sabido que as novas empresas precisam é de algum empurrão nos primeiros anos de vida. Penso que esta medida será limitadora do acompanhamento do nosso desenvolvimento, mais concretamente no nascimento de novos projectos regionais, por norma nascidos com maior grau de modernidade.
O que não deixa, de novo, de ser um contra-senso, quando se verifica que a importância do potencial da imprensa local em Portugal quando aferida junto dos seus leitores. Segundo o estudo que já citei do IPOM para a AIND, cerca de 61% dos inquiridos percepcionam a imprensa regional como suporte importante para a promoção das suas regiões. E cerca de 26% reconhecem-na como muito importante.
Nesta plateia, também julgo que ninguém tem dúvidas.
Parabéns pela vossa coragem em dar voz a Colmeias.

Colmeias, 20 de Setembro de 2009


SE NÃO FOR O NOSSO JORNAL,
MAIS NENHUM OLHARÁ PARA A NOSSA TERRA
Pelo jornalista do "Jornal das Cortes" e editor da Textiverso, Carlos Fernandes

Despida a pele de editor responsável pela Textiverso, intervenho aqui na qualidade de responsável por um jornal de características idênticas ao "Notícias de Colmeias" - o "Jornal das Cortes". Curiosamente nascidos no mesmo dia do ano, 5 de Dezembro, o das Cortes tem mais 11 anos que o das Colmeias. Isso quer dizer que, na verdade, são mais 11 anos de dores de cabeça, somados a mais 15 de andanças pela imprensa regional, o que perfaz, até à actualidade, 36 anos de actividade jornalística não remunerada, numa quase missão ao serviço da comunidade regional. Como se poderá deduzir, estou podre de rico!
Caríssimos amigos, confesso que às vezes me surpreendo a perguntar-me se valeu ou se vale a pena. Com todos os sacrifícios e dose acrescida de paciência que esta missão implica, desde abdicar de fins-de-semana ou de algum sossego ao serão até às incompreensões e aos insultos, já dei comigo a perguntar-me se não andaremos aqui a dar pérolas a porcos, com todo o respeito por quem leva a imprensa regional a sério, e sem a pretensão de ser(mos) alguém de especial ou de deter(mos) algum estatuto diferenciador.
Esta é também uma conversa comum e reiterada entre os que quiseram ou aceitaram colaborar nessa missão. E, invariavelmente, acabamos por concluir que, em consciência, devemos continuar. As razões são várias. Deixem que vos aponte algumas.
Antes de mais, a atenção que um jornal local dá aos acontecimentos registados na freguesia ou freguesias que abrange. Se não houver sangue ou morte ou se observar algum fenómeno sobrenatural, a outra imprensa nem sequer sabe que a nossa terra existe. Repare-se que, em Colmeias, como nas Cortes ou na Caranguejeira ou na Golpilheira, produzem-se no mínimo doze edições por ano com um número de páginas que varia entre as 16 e as cerca de 40 ou mais. Se, por hipótese um destes jornais acabasse, garanto-vos que nenhum dos semanários por aí existentes viria preencher a lacuna (aconteceu na Maceira há poucos anos, e também na Barreira). E a vida da comunidade respectiva ficaria silenciada como um túmulo em que se depusesse uma laje. Porque acontecimento que não é noticiado, não fica para a história e, portanto, nunca existiu!
Depois, para além da atenção que dá, é a atenção ou o interesse que suscita nos leitores. Um bom jornal local está atento à dinâmica da comunidade, dá relevo aos acontecimentos, por mais insignificantes que sejam, e pode despertar nos seus leitores a consciência cívica que impele para realizações de interesse comum.
É também um repositório fiel de registos de actividade comercial e industrial, de iniciativas desportivas e culturais das colectividades, dos movimentos socio-religiosos, das intervenções políticas e até dos próprios assentos paroquiais.
Um jornal local é ainda uma tribuna privilegiada para o desenvolvimento da consciência identitária. Nele se faz história e antropologia, nele se exercita a intervenção política, no sentido nobre do termo, e se afirma a reflexão, nele se ensaia a arte, pela ilustração e pela fotografia, e se rabisca a literatura, nele, enfim, se critica o presente e se provoca ou se convoca o futuro.
Quem, cada mês, recebe o seu jornal e lhe dá uma vista de olhos, às vezes enfastiada pela lufa-lufa diária, nem sequer imagina o trabalho árduo que está por detrás, o número de pessoas que deu o seu tempo e às vezes o seu dinheiro para que aquele papelucho visse a luz do dia. E muitas vezes também não percebe que tem nas mãos o único meio que lhe permite a ligação estreita à sua comunidade e a única tribuna livre para se poder exprimir sem os constrangimentos económicos que hoje cerceiam drástica e mortalmente os meios de comunicação social. É importante que se diga aqui, alto e bom som, que a maioria dos jornais, semanários e outros, que por aí anda, não passa de mero instrumento nas mãos de um poder económico insaciável que fornece aos seus leitores uma espécie de água-chilra cozinhada a seu talante, não para informar, mas para servir os seus interesses quase sempre inconfessáveis, mas claramente político-económicos. Causa fastio a sua leitura, e, se não dá náuseas, às vezes provoca vómitos.
E aí estão algumas das maiores virtualidades da imprensa local: a da transparência e a da lealdade, a da confiança e a da equidade. Num meio pequeno como é o das freguesias, um jornal que não sirva os interesses da população, rapidamente é desmascarado e não oferece viabilidade. Tenho por experiência de muitos anos que o público leitor, a partir do momento em que tenha confiança na informação do seu jornal, se torna fiel, colaborante e incondicional. Mas não aceita ser defraudado. Não caia o jornalista numa qualquer tentação de facilitismo porque isso destruirá num minuto o que construiu em muitos anos.
Dificilmente algum jornal de fora do meio conseguirá sobrepujar estas virtualidades, limitando-se a uns cadernos especiais, normalmente por ocasião das festas, e repetindo chavões até à exaustão, às vezes com erros crassos e afirmações grosseiras, só para caçar mais uns anúncios. É aos jornais locais que deve dar-se o apoio porque é neles que está a potência da proximidade, o calor humano da gente que partilha as mesmas dificuldades ou as mesmas satisfações, a autoridade crítica de quem acompanha de perto os problemas, enfim, o conhecimento objectivo da malha de questões em que se movimenta a comunidade.
E, acreditem, é por tudo isso que, teimosamente, continuamos. Não deixem que percamos a esperança. Apoiemos sem reservas os projectos locais de informação e dêmos-lhes condições para que desenvolvam a sua actividade em prol da comunidade. O trabalho que o "Notícias de Colmeias" tem produzido nestes dez anos da sua existência é bem o corolário destas considerações. Não deixem que ele definhe. E exijam novo encontro aqui em 2019, para celebrarmos os seus 20 anos.

Colmeias, 20 de Setembro de 2009


O DESCRÉDITO QUE O ESTADO TEM DADO AO JORNALISMO DE PROXIMIDADE
Pelo Director do "Notícias de Colmeias", Joaquim Santos

Agradecendo a todos a vossa presença, permitam que inicie esta curta intervenção referindo um dos slogans da campanha que assinala os 10 anos do NOTÍCIAS DE COLMEIAS: "Um jornal que nasceu com uma vida".
À primeira vista poderá não entender-se facilmente a expressão... mas ela tem um sentido porque há 10 anos, muito pouco tempo antes de fundar o jornal, tinha recebido a notícia que iria ser pai. Ao longo desta década de NOTÍCIAS DE COLMEIAS muita coisa se passou, muita alteração à realidade que conheci então.
Por isso, usei esta frase "Um jornal que nasceu com uma vida" e pretendo que essa mesma vida continue a ser o laço que nos poderá unir a todos, comunidade de leitores e jornalistas...
Em 1999 ousei lançar com uma equipa de Colmeenses um jornal a que chamámos NOTÍCIAS DE COLMEIAS. Os mais cépticos não lhe davam um ano de vida, os mais incrédulos referiam que não existiam informação suficiente nesta terra mas os que mais amam Colmeias abriram-nos as portas e alguns de forma fiel, durante estes dez anos.
O sentimento que fica é que valeu a pena promover este projecto NOTÍCIAS DE COLMEIAS que se pautou por informar mas também não abdicou do seu papel de formar. Para além das edições jornalísticas mensalmente ininterruptas, quisemos promover mais e mais cultura nesta terra. As exposições temáticas, promoção de espectáculos de teatro e a edição de revistas e livros, foram o pronuncio de mais conhecimento, de ter o saber como prioridade junto da comunidade de leitores espalhada por todo o mundo.
Mas não quero falar de sucessos e alcances do NOTÍCIAS DE COLMEIAS. Isso está registado na história do próprio jornal e também no livro que hoje publicamos. Prefiro falar hoje, isso sim, do desleixo e descrédito que o Estado tem dado à imprensa regional e local, ao jornalismo de proximidade.
Os últimos Governos de Portugal têm se demitido das suas funções e dos princípios éticos da democracia. Os subsídios chegam muitas vezes para quem não precisa ou para os projectos de comunicação que simplesmente conseguem provar na secretaria os seus direitos, face a uma legislação inadequada, injusta e penalizadora para todos os pequenos jornais portugueses.
Todas as pessoas sabem que não sou apologista de subsídiodependência. O NOTÍCIAS DE COLMEIAS nunca pediu nenhum subsídio, com a excepção do porte pago, porque sempre achei que os projectos devem vingar por eles próprios, que temos de ser nós a encontrarmos as soluções no mercado. Aliás, este livro que hoje apresentamos dos "10 anos NOTÍCIAS DE COLMEIAS" até poderia ter sido alvo de um subsídio que existe de apoio à edição de publicações sobre comunicação social mas nem nos candidatámos porque quis independência e que fosse esse mercado que apoiasse a publicação.
Mas o que assisto neste momento é a uma assimetria acentuada, com a conivência do Estado Português. Um exemplo claro é o porte pago, o único apoio que o NOTÍCIAS DE COLMEIAS recorreu mas neste momento já não tem. Porquê? Por não termos nos quadros jornalistas profissionais, uma exigência facilmente alcançada pelos poderosos jornais regionais.
Nem falo directamente pelo NOTÍCIAS DE COLMEIAS porque sempre soube, agora com mais dificuldade, encontrar as soluções adequadas neste litoral português, com uma economia invejável. Mas uma pergunta fica no ar... E os jornais do interior português, alguns dos quais de aldeias ou vilas de Portugal, com poucas ou nenhumas empresas ali instaladas. Como sobrevivem? Não seria lógico o Estado Português garantir e subsidiar estes projectos, estas comunidades de leitores que também têm direito à informação? Outro problema que surge de uma gravidade extrema é o facto de na ausência destes apoios do Estado estarem-se a permitir que fechem portas publicações históricas, com décadas, muitas décadas de vida, autênticos depósitos da informação e fundos locais.
Não querendo estar aqui com um discurso negativista, quero dizer-vos que nunca tive no meu género tapar a cabeça na areia como na avestruz, fingindo que está tudo bem, sem problema nenhum. Acho que é justamente no assumir da nossa realidade que conseguimos resolver os nossos problemas e não ignorando-os ou fazendo de conta que as complicações existem. E falo para defesa de um projecto como o NOTÍCIAS DE COLMEIAS mas sobretudo por todos aqueles projectos do interior português que não conseguirão sobreviver apenas das suas redes de assinantes. Um jornal precisa de anunciantes, da indispensável publicidade para a sua sobrevivência.
Segundo um estudo efectuado pela Marktest, praticamente metade dos portugueses lêem jornais regionais com as publicações que surgem uma vez por mês como NOTÍCIAS DE COLMEIAS, como os segundos nas preferências dos leitores.
O distrito onde os portugueses mais lêem jornais regionais é Castelo Branco, onde quase três quartos (71,3 por cento) da população aprecia os títulos locais, sendo seguido de Leiria, onde o valor chega aos 69,2 por cento.
E é cerca de 60% dos portugueses que considera que os jornais regionais têm contribuído para o desenvolvimento social e cultural da sua região e 42% acham que valorizam também o contributo dos jornais regionais e locais para o desenvolvimento económico.
O estudo que permite estas conclusões foi coordenado por Aguiar Falcão, já com alguns anos pois foi desenvolvido em 2001, mas reflecte o que ainda se passa na actualidade, em pleno ano de 2009. Esta análise teve como objectivo global conhecer "o perfil da imprensa regional e local e a forma como esta é percepcionada pelos leitores".
Um conjunto bastante mais abrangente de objectivos específicos, aliados a uma metodologia que partiu de uma amostra significativa de todos os distritos do país com atenção a critérios de proporcionalidade, permitiu fazer inferências, para cada concelho.
Mesmo assim, sem prejuízo da distância temporal a ter em conta nas reflexões que se podem fazer, e na falta de estudos mais actualizados, é uma realidade facilmente detectável pelo método da simples observação, que muitos jornais regionais já se preparam para o futuro. A Internet é uma prioridade a par da edição em papel mas também está provado que os pregões que anunciaram o final da edição tradicional do papel foram uma previsão irresponsável dos seus mentores. Penso que os dois tipos de edições, on-line e papel, vão futuramente conviver em paralelo, com avanços e recuos de uma ou outra realidade. Sabemos que só a edição de papel não chega mas também está provado que a imprensa regional afirmar-se no mercado apenas com o on-line ainda não chega pois é esse próprio mercado que ainda o não viabiliza. Quantos jornais regionais que só publicam na web estão com solvência económica?
Mas é esse estudo que refere que quase cerca de 60% dos portugueses considera que os jornais regionais têm contribuído para o desenvolvimento social e cultural da sua região, é essa mesma amostra que prova também que para além de um objectivo mais geral e fundamental no âmbito da Informação e Comunicação, são esses próprios jornais que permitem a maior participação cívica dos cidadãos e o aprofundamento da democracia. Parece, assim, indiscutível que aquele estudo e esta observação, no que diz respeito à importância da imprensa regional para os portugueses, não pode ser ignorada pelos agentes de desenvolvimento, a começar pelos próprios jornalistas, mas também pelos agentes económicos, sociais e culturais, bem como pelos responsáveis autárquicos nas diferentes regiões e muito principalmente por qualquer Governo.
Mas a importância da imprensa regional e local foi desde há muitos anos a preocupação de muitas personalidades. Em 1956, Alfredo Gândara publicou uma excelente separata da revista ilustrada "Portugal d'Aquém e d'Além Mar" com o título "A Imprensa Regional ao Serviço da Nação".
O autor pensa que a Imprensa é o espelho de um povo, sendo que um jornal depende das preferências dos leitores, o que constitui a força e a fraqueza do jornalista. No entanto, para Gândara, o jornalismo não se mede apenas pelas tiragens.
Alfredo Gândara considerou que a Imprensa Regional consegue aprofundar mais o conhecimento das regiões, o que somado aumenta o conhecimento nacional, ao contrário da imprensa nacional, que se dilui no espaço. Outra condicionante da grande Imprensa, explica Gândara, será o tempo, fazendo cativos os profissionais que não possuem tempo para meditação, sempre com pressões externas que condicionam o pensamento. Refere também o autor que no outro extremo estará o pequeno jornal, "campo sereno e calmo de meditação".
Gândara lembra que Portugal deve muito à Imprensa Regional, referindo que os grandes homens das letras e muitos políticos de relevo se iniciaram em gazetas de comarca. Tal foi o caso do Dr. Augusto de Castro, de João de Deus, de Eça de Queirós, de Fialho de Almeida, de António Nobre, do Cardeal D. Manuel Gonçalves Cerejeira e muitos outros "povoadores do panteão mental", como Almeida Garrett, António Sardinha e Teófilo Braga.
Grande parte dos jornalistas descobriram a sua vocação nos jornais das regiões, sustenta o autor. À imprensa regional se deve "o enriquecimento do património espiritual, moral, científico e estético da nação", fortalece Alfredo Gândara.
Na sua análise, a obra dos jornalistas de imprensa diária dura apenas 24 horas, ao contrário da do jornalista regional e local. Este, sendo a voz do adro e "arauto do bairrismo" transforma-se num enriquecedor da nação. O pequeno semanário ou mensário "ensina, acorda consciências, associa vontades, pede, reclama, aconselha, protesta", argumenta Gândara, sendo uma autêntica ponte entre as regiões e a capital.
Alfredo Gândara define determinados "ingredientes" que o jornal da província tem de ter para encarnar "o pedaço de Portugal onde exerce a sua acção, o seu magistério". São eles: "o modo de ser", uma tradição, uma atmosfera, uma personalidade; (...) o solo, os monumentos, a paisagem - a dos Seres e a da Natureza".
O autor já tinha naquela época uma preocupação no que respeita à referência da filiação corporativa dos redactores dos jornais não diários, pensando que o seu lugar também deveria ser no então Sindicato Nacional dos Jornalistas. Assim, a pequena imprensa, segundo Alfredo Gândara, também deveria ter o seu núcleo no Sindicato, para que melhor possam "cuidar dos interesses privativos, perfeitamente distintos" da grande imprensa.
Desta forma, todos os jornalistas (regionais e nacionais) "estarão associados sobre o mesmo tecto", vivendo "como amigos, como irmãos (...), na tarefa comum de servir e engrandecer a Pátria". Esta foi uma batalha ganha porque todos os jornalistas já são respeitados e portadores dos mesmos direitos. Mas hoje e aqui, pergunto nesta cerimónia dos 10 anos de NOTÍCIAS DE COLMEIAS: se os jornalistas conseguiram os mesmos direitos será que os jornais regionais e locais o conseguiram? Eu penso que não.
Acho elementar, muito prioritário, que as instâncias próprias e um qualquer Governo, de uma vez por todas, consiga ter a coragem de olhar com mais respeito a imprensa regional e local. Podem até ser pequenos projectos locais, mas se o fizerem com princípios, com a indispensável qualidade e nos pressupostos das leis da imprensa, porque não conferir-lhes os seus direitos, tendo consciência das igualdades nas suas diferenças. Não podemos comparar um grande jornal regional de uma cidade a um jornal local de uma aldeia como Colmeias. Não podem competir num mesmo patamar de igualdade mas numa lógica de qualidade de produto, podem e devem ser apoiados, podem e devem existir porque ambos têm uma missão a cumprir junto das suas comunidades. É esta a distinção que o Estado deverá fazer urgentemente aos órgãos de comunicação social de âmbito regional e local. Não misturar, distinguir as diferenças.
Feliciano Barreiras Duarte, num artigo publicado no jornal Expresso, no ano de 2003, referiu que "A ajuda estatal não pode significar um prémio ao imobilismo técnico, à inércia jornalística e à deficiente gestão das empresas de comunicação social. Com a reforma que vamos implementar não se pretende passar do actual modelo, sobretudo amador e proteccionista, para o modelo liberal, em que o mercado dita sozinho as regras. O que se pretende é chegar a um modelo que premeie sobretudo a profissionalização, o mérito, o risco. Ou seja, um modelo empresarial, que consideramos ser o mais adequado para Portugal.".
Hoje, 20 de Setembro de 2009, deixo algumas perguntas ao ex-Secretário de Estado Adjunto do Ministro da Presidência que teve a tutela da imprensa regional: sobre esse apelidado modelo empresarial defendido por Feliciano Barreiras Duarte, como é que ele justifica o mercado possível em aldeias de Trás-os-Montes ou Alentejo para cidades como Lisboa ou Leiria?
Como é que um jornal local vai pagar a dois jornalistas profissionais, a uma promotora comercial e a uma funcionária administrativa? Como é que um jornal local paga o seu contabilista? Como é que um jornal local paga os seus exigentes impostos como o IVA, IRC, Pagamento Por Conta e Pagamento Especial por Conta? Como paga a renda das suas instalações e as despesas inerentes às comunicações, luz, água e consumíveis de informática? Como é que consegue pagar os custos elevadíssimos da impressão? Com os CTT a terem o monopólio do mercado de distribuição, como é que um jornal local paga com facilidade os envios dos jornais?
O NOTÍCIAS DE COLMEIAS tem honrado os seus compromissos nestes 10 anos de publicação. Como já tenho dito, temos a sorte de estarmos localizados em pleno litoral português, num dos pulmões económicos de Portugal e temos conseguido procurar as respostas independentes no próprio mercado que Feliciano Barreiras Duarte tão bem identificou mas não assumiu que ele não existe em muitas localidades de Portugal.
Mas um aviso fica: estamos perto de um tempo em que se vai cometer um crime à cultura deste país. Alguns jornais regionais e locais, muitos deles históricos, podem ter um fim anunciado, justamente por haverem sucessivos Governos que lhes viram as costas.
Poderia ter usado este tempo da minha intervenção para vos falar sobre alguns dos êxitos desta década do NOTÍCIAS DE COLMEIAS. Mas não o quis fazer porque para além de não me sentir muito à vontade para falar sobre o que faço ou onde participo, entendo que é muito melhor serem terceiros a fazê-lo. Quis antes partilhar convosco alguns dos problemas da imprensa regional e local. É encarando os problemas de frente que os conseguiremos resolver.
Neste momento marcante para a comunidade Colmeense, com 10 anos a exercitar o jornalismo nesta terra, torna-se elementar lembrar algumas figuras que foram ou ainda são construtores da identidade de Colmeias.
Lembro o Pe. Bonifácio que também dinamizou nesta terra um NOTÍCIAS DE COLMEIAS, um jornal que durou uma década de existência, de 1964 a 1974. Um trabalho importante que o pároco promoveu em Colmeias com um legado que retrata uma época operante da censura.
Já em 1999, neste actual NOTÍCIAS DE COLMEIAS, quero agradecer a todos os colaboradores que durante estes dez anos foram autênticos construtores deste jornal. Relembro o esforço notável do Carlos Fonseca que teve a coragem de abraçar genuinamente este projecto, da Sofia Cordeiro e Clara Silva, redactoras que muito fizeram para dar alma ao mensário de Colmeias e do Paulo Mendes, um herói que este sempre presente nos momentos mais delicados da informática.
Lembro o Sr. Meliciano Pinto que muito se identificou com o jornal e foi ele na primeira pessoa que abriu as suas portas para a fundação do nosso mensário. Do Sr. José Aldeia Lagoa que tinha o jornal como um feudo, fazendo questão de nunca nos dizer um "não" num pedido de apoio, acolhendo-nos e incentivando-nos para a continuidade. Era ele que me chamava à frente de muitos Colmeenses "olhem o nosso jornalista".
Quero destacar também o excelente relacionamento havido entre algumas das instituições da nossa terra. Destaco o Luís da Mota Pinto, um então Presidente de Junta sempre prestável de forma desinteressada, Artur Santos enquanto Presidente do Clube "O Abelha", os vários dirigentes do Clube Sete Arcos de Agodim, Igreja Velha, Associação São Mateus da Lameiria, ADERBA do Barreiro e Clube São Miguel do Crasto.
Destaco também o excelente relacionamento entre a paróquia e o jornal, incluindo a Conferência de São Vicente de Paulo, facto que agradeço.
Agradeço à Câmara Municipal de Leiria, especialmente o Dr. Vítor Lourenço, Vereador da Educação e Cultura e ao Governo Civil do Distrito de Leiria, de uma forma muito destacada ao actual Governador, Dr. Paiva de Carvalho.
Se me permitem, queria em jeito de louvor, destacar de coração, todo o trabalho desenvolvido por uma pessoa que muito admiro e no qual recai a minha consideração: o meu Amigo Diamantino Aldeia. A Associação Humanitária os Amigos de Colmeias, a funcionar desde 11 de Novembro de 2001, agora com uma obra notável para Colmeias já aqui em baixo, foi um sonho mas uma luta com bravura deste grande Colmeense. Se neste momento a luta deste amigo é outra, esperando que ele ganhe a sua batalha contra uma doença sempre inesperada, não deixaria de perder esta oportunidade para vos pedir uma salva de palmas para este "Amigo de Colmeias".
Também de grande importância tem sido a proximidade desde a génese do nosso jornal do Doutor Saul Gomes, sem dúvida alguma um dos principais historiadores de Portugal. Nas suas publicações e investigações, tem destacado Leiria, a sua cidade, incluindo as Colmeias, nunca esquecendo o NOTÍCIAS DE COLMEIAS na sua agenda de muitos afazeres. Pela sua colaboração ao longo destes 10 anos e também pelo prefácio que fez a este livro, agradeço com muita sinceridade.
Destaco também o João Paulo Leonardo, um jornalista que tem nome a nível nacional e que actualmente dinamiza a revista Invest. Pelo trabalho desenvolvido, pela colaboração que prestou ao nosso jornal e também pela partilha de ideias e saberes, com humildade e sem sentido de superioridade, agradeço igualmente toda a abertura e apoio.
Finalmente, o Carlos Fernandes, chefe de redacção do Jornal das Cortes, um profissional que sempre soube acompanhar de perto e com respeito, o jornal NOTÍCIAS DE COLMEIAS. E foi através da sua editora, a Textiverso, que nasceu este livro "10 Anos Notícias de Colmeias". Quando o Carlos Fernandes me mostrou o orçamento para a concretização da obra eu confesso que tive imediatamente a vontade de desistir, face aos números que me apresentou. Mas foi ele que me incentivou, partilhou ideias e estratégias, deu força, envolveu-se e ajudou, alegando que "10 anos é um marco e se eu não publicasse este livro me iria arrepender". Por essa entrega e estímulo, agradeço de coração. Sei que dei muito de mim para tornar possível este livro mas sei também que deste muito de ti para que esta mesma obra seja hoje uma realidade que perpetuará a história do jornalismo do concelho de Leiria e da freguesia de Colmeias.
De Junho a Dezembro de 2009, temos vindo a publicar no NOTÍCIAS DE COLMEIAS um directório que tem constituído um repositório de alguns textos que considerámos fundamentais para assinalar uma década de existência do mensário informativo NOTÍCIAS DE COLMEIAS e promovemos também algumas iniciativas para marcar esta década de jornalismo.
É com orgulho e sentido de missão que estamos a cumprir os 10 anos de jornalismo em Colmeias. Espero sinceramente que exista a capacidade e a ajuda de todos para que consigamos continuar a provar que a imprensa local, o jornalismo de proximidade, é um instrumento valioso para qualquer comunidade que o acolhe.

Colmeias, 20 de Setembro de 2009