Título completo: Obra Póstuma – volume 1

Autor: Luiz-Manuel

Colecção: Extra colecção

ISBN: 978-989-8812-56-8

N.º de páginas: 182

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Sinopse

Ao prefaciar este primeiro volume da “Obra Póstuma” de Luiz-Manuel, Nuno Júdice constata que a sua poética «é sem dúvida uma poética magistral, e um ponto de partida para entendermos a “secreta dimensão” deste poeta a cuja modernidade e a cuja generosidade não podemos deixar de prestar homenagem».

Luiz-Manuel era natural da Marinha Grande. Radicado na Suíça desde Dezembro de 1962, vivia na cidade de Renens, perto de Lausana, onde faleceu a 27 de Maio de 2011. Publicou treze volumes de poesia, em português, francês e bilingues. Está traduzido em grego, russo, italiano e romeno. Traduziu para francês numerosos poetas portugueses, designadamente Manuel Alegre, José Bento, António Luís Moita e José Gomes Ferreira, entre outros. Este primeiro volume é composto por quatro livros: “País da madrugada”, “Entre a noite e as espadas”, Desencanto” e “Secreta dimensão”.

 

Sobre Luiz-Manuel e a sua obra, escreve Nuno Júdice no Prefácio:

«O poeta gostava de falar sobretudo dos outros e pouco de si próprio; mas era visível, no meio literário da Suíça do Valais, o respeito que os poetas lhe votavam e o lugar destacado que ocupava em tudo o que dizia respeito à divulgação da nossa poesia. Porquê, então, esse pudor, dir-se-ia, em apresentar-se como poeta? A leitura da sua obra ajudará a compreender essa atitude. Luiz-Manuel faz parte de um grupo de poetas em que o que se pode designar como «conteúdo» interventivo, que marcou o nosso neo-realismo de que o poderemos considerar, na fase inicial aqui apresentada, um continuador, é contrabalançado por um lirismo em que o sujeito e as suas contradições se expõe de forma íntima, não pretendendo apresentar-se como porta-voz do colectivo. Sem dúvida, questões como a resistência à Ditadura ou a denúncia da condição militar, sujeita à guerra colonial, estão aqui presentes; mas sem que isso esgote a linguagem poética que conserva a originalidade de uma visão própria, fazendo recurso à nossa tradição lírica.» E conclui: «Se quisermos encontrar obras que se situam igualmente nesse plano de equivalência à de Luiz-Manuel, talvez o pudéssemos pôr ao lado de poetas igualmente denunciantes desse mal-estar que a Ditadura instalou e que não se podem incluir de forma canónica nessa corrente estética ligada politicamente à resistência e à clandestinidade, como foi o neo-realismo: um Reinaldo Ferreira ou um Daniel Filipe.»