A actividade editorial, como qualquer actividade humana, não é social ou politicamente neutra. Nas disciplinas de gestão de empresas, este fenómeno é abordado, embora de forma marginal, normalmente referindo-se às externalidades das empresas (efeitos no ambiente resultantes da sua actividade), sendo usualmente designado por «responsabilidade social» das empresas.
A responsabilidade de uma empresa editorial é bem maior do que normalmente se pensa. Assim, no que respeita à «responsabilidade social», defendemos que todas as actividades económicas se deveriam submeter a normas de um desenvolvimento humano sustentável, se bem que, a nosso ver, a própria definição de Desenvolvimento Humano Sustentável (DHS) proposta pelo Plano das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) ainda seja muito tímida e redutora.
No nosso ADN consta a preocupação com o ambiente e a sobrevivência do planeta e pautamos a nossa atividade pela exigência de qualidade em detrimento da quantidade. O DHS (Desenvolvimento Humano Sustentável) não pode, porém, ter apenas as componentes económica e ambiental, deve ter uma forte componente cultural, aliás indissociável das primeiras. Assim, a promoção de um DHS não pode ser apenas uma proposta de novos modos de fazer e consumir no aspecto económico e ambiental, tem necessariamente de ter uma componente de novas formas de encarar a «produção» e «distribuição» de bens culturais, designações que propomos, desde já, substituir por «criação» e «fruição» de bens culturais.
Neste âmbito, não descurando todos os projetos em curso, que já concorrem para os desideratos acima referidos, colocámo-nos ao serviço de um novo projeto em três vertentes, intitulado «(I)materialidades - Etnografia e Património», com a sua primeira materialização em três publicações que aguardam um lançamento presencial.