Jacinto de Magalhães nasceu em Touguinhó, Vila do Conde, em 1938, e faleceu em Lanhelas, Caminha, em 1987.
Em 1964, licenciou-se na Faculdade de Medicina de Coimbra, tendo sido depois contratado como segundo assistente de imuno-serologia do banco de sangue no Hospital de Santo António, no Porto. Depois, em 1967, foi director do serviço de sangue do Hospital Regional do Porto.
A partir de 1968, cumpriu o serviço militar obrigatório em Moçambique (Vila Cabral e Nampula).
Em 1970, estagiou na Pediatria do Hospital de Crianças Maria Pia, no Porto, e, em 1971, foi encarregado da consulta de Genética, assumindo, em 1973, a Direcção do Serviço de Genética daquele hospital.
Nos anos de 1973 e 1974 trabalhou na Clínica de Genética do Grupo Hospitalar Necker Enfants-Malades, em Paris, onde defendeu uma tese de investigação sobre Mucopolissacaridoses com a qual obteve o título de assistente estrangeiro da Faculdade de Medicina de Paris. Mais tarde, em 1976 e 1977, voltou a trabalhar em Paris na Clínica de Genética do Grupo Hospitalar Necker Enfants-Malades e, a seguir, foi nomeado chefe de clínica de Genética no Hospital Maria Pia, do Porto, e, em 1979, eleito membro da direcção médica daquele mesmo Hospital.
Em 1980, fundou o Instituto de Genética Médica do Porto do qual foi nomeado director e onde criou as consultas de Genética, o Programa Nacional de Diagnóstico Precoce e o Centro de Diagnóstico Pré-Natal. Este Instituto tem actualmente o seu nome.
Em 1985, doutorou-se no Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar, no Porto, com a tese “A Doença de Goucher”.
Logo depois, em 1986, foi nomeado Director Geral dos Hospitais.
E, em 1988, foi condecorado, a título póstumo, com o grau de Grande-Oficial da Ordem do Mérito.
Colaborava em “O Primeiro de Janeiro”, em “O Comércio do Porto” e no “Jornal de Notícias” cujo suplemento literário dirigia. Foi, ao lado de José Augusto Seabra, um dos fundadores e o director científico da revista de cultura “Nova Renascença”, na qual participava também com artigos científicos e poemas.
Publicou séries de artigos, crónicas e textos de opinião em diversos jornais, designadamente:
A Previdência – análise e desmontagem, em o “O Primeiro de Janeiro”;
A Medicina na Europa, em “O Comércio do Porto”;
Privilégios de um Cidadão Português, em “O Comércio do Porto”;
Um Olhar sobre a Cidade, no “Jornal de Notícias”;
As Regras do Jogo, em “O Primeiro de Janeiro”;
O Óculo, em “O Comércio do Porto”.
Como poeta, Jacinto de Magalhães é autor de oito livros:
Galope Parado, 1974;
Entre mim e o Outro, 1978;
Um Momento Antes, 1980;
A Água e o Silêncio, 1982;
Nas águas daquele Mar, 1985;
Trás-os-Montes, 1985;
Poema, 1986; e
Pássaro de Fogo, 1988 (edição póstuma).
Ficam agora editadas em livro, também a título póstumo, as suas Crónicas publicadas, entre 1980 e 1985, no jornal “O Comércio do Porto”, edição da família, com produção da Textiverso (Leiria), Dezembro de 2012.