Título completo: Da Banda de lá do Tempo

Autor: Fernando Manuel Brites

Colecção: Extra colecção

ISBN: 978-989-8812-32-2

N.º de páginas: 408

Preço: 15 euros

Disponibilidade: Disponível

Sinopse

Depois de “Recreio de Memórias”, Fernando Manuel Brites volta à ribalta das edições, agora com um vigoroso romance que tem por título “Da banda de lá do tempo”.

Este é, efectivamente, o romance de um tempo, mas também de pessoas e de lugares. O tempo é o que nos transporta da segunda metade do século XX aos nossos dias. As pessoas são as que, no imaginário do autor, vivem num Portugal rural e buscam melhor vida no exterior, na circunstância em Moçambique, província colonial portuguesa que se torna país independente em meados dos anos 70. Os lugares subentendem-se: Distrito de Leiria, Figueiró dos Vinhos, aldeia de Ana de Avis e redondezas; depois, em Moçambique, Manica, Chimoio (Vila Pery), Gondola, Tembe e região envolvente.

São, pois, as migrações na última fase do chamado Estado Novo, o fomento tardio das designadas Províncias Ultramarinas, a Guerra Colonial, a exploração e o medo, a independência das colónias, a precipitação e a vindicta, o pânico e a fuga, o retorno à Metrópole, a integração, o recomeço…

 

O autor justifica este romance como forma «de homenagear aqueles que decidiram construir o seu futuro nas ex-colónias e que, fruto de uma descolonização apressada, que hoje, quarenta e tal anos volvidos, continua a envergonhar quem a patrocinou, tiveram de regressar em condições deprimentes, que nada dignificam quem os obrigou a voltar e da forma como o fizeram». Ainda segundo Fernando Brites, «essa gente simples, honesta e trabalhadora, viu-se assim, de um momento para o outro, espoliada de todos os seus haveres, que logrou arrecadar ao fim de anos de sacrifício, tendo voltado à sua terra de origem praticamente com uma mão à frente e outra atrás, sentindo-se estrangeiros na sua própria terra, até pela maneira como foram recebidos, como se não fossem filhos, mas enteados de uma Pátria que os tinha forçado a partir». E conclui: «Mas essas pessoas (...) arregaçaram mangas, puseram mãos à obra e recuperaram suas vidas, a partir da angústia e do desespero, ajudando a construir um país novo e resgatando com merecimento a honra, o respeito e o orgulho, perante quem os quis ostracizar.