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A freguesia da Barreira, do concelho de Leiria, comemorou no passado dia 13 de Março de 2011 o seu 273.º aniversário, promovendo diversas iniciativas de carácter social e cultural. Entre elas destaca-se o lançamento do livro “D. António Antunes, Bispo de Coimbra, filho ilustre da freguesia da Barreira - Leiria (1875-1948)”, da autoria de outro barreirense, o Dr. Pedro Moniz. Trata-se de um livro de carácter biográfico, com 144 páginas, que constitui o volume n.º 14 da colecção “Tempos e Vidas” da editora Textiverso, apesar de a edição ser da responsabilidade da Junta de Freguesia da Barreira. A apresentação esteve a cargo do Professor Doutor Saul António Gomes, historiador leiriense de reconhecido mérito e talento que elogiou a iniciativa de fazer um livro em memória de uma figura tão proeminente como foi a do Bispo de Coimbra, D. António Antunes, natural da Cumeira, onde nasceu em 18-11-1875.

Ordenado sacerdote a 17 de Julho de 1898, D. António foi nomeado Bispo Auxiliar de Coimbra em 1919, Coadjutor com futura sucessão, em 1924, e Bispo residencial em 1936. Viria falecer em 1948 depois de ter desenvolvido uma vasta obra, não só nos domínio pastoral, mas também no domínio socio-cultural e patrimonial: durante o seu bispado inaugurou a Casa dos Retiros (1937), reconstruiu a sede do C. A. D. C. (1939) e promoveu a remodelação dos três edifícios do Seminário de Coimbra, com a substituição dos telhados e consolidação das paredes (1942-1943). Em Outubro de 1936, abriu o Seminário Menor da Figueira da Foz.
Saul Gomes destacaria ainda a importância de evocar as pessoas ilustres da Barreira, justamente numa tarde em que outras pessoas eram homenageadas pela sua actividade cívica e social em prol das gentes da Barreira. Fez ainda o elogio do autor, pelo seu trabalho de pesquisa e pelo seu empenho em produzir um trabalho honesto à volta de uma figura que enobrece não só a freguesia da Barreira, mas o concelho e a Diocese de Leiria. Com efeito, Pedro Moniz reúne neste volume um conjunto de informações biográficas muito pouco acessíveis, facultando ao leitor o perfil do homem que foi Bispo Conde de Coimbra e que teve no seu tempo uma acção profícua em prol da Igreja e das causas em que pessoalmente se empenhou.
Também o autor se pronunciou, lembrando, sobre D. António, que «permanece na sua aldeia natal, na Cumeira, a vivenda da família, numa rua que desemboca no largo baptizado com o seu nome». Nota que «ao centro, ergue-se um nicho que acolhe os pequenos ícones do Papa S. Silvestre e de Santo António». Ao que consta, «a intenção era que esse espaço se destinasse à construção de uma capela, quando se sabe que, em 1738, ano em que a Barreira se emancipou das Cortes, se erguia na Cumeira um pequeno templo devotado a Nossa Senhora do Rosário». Pedro Moniz sugeriu então que talvez o largo pudesse ser dignificado: «Deixo uma sugestão aos poderes instituídos locais e aos paroquianos que sentem pulsar o coração deste pedaço de diocese e município: por que não erigir um busto de D. António Antunes no lugar do nicho, em jeito de homenagem ao querido filho desta laboriosa terra, personalizando aquele espaço com uma obra de arte que seja motivo de orgulho para os conterrâneos e razão de curiosidade para os transeuntes?/ Aqui fica o repto.»
Usou ainda da palavra o Professor Doutor José Antunes, sobrinho do Prelado, que deu testemunho emocionado de tão ilustre figura da Barreira e da Diocese, com quem conviveu e de quem tem gratas recordações, tendo inclusive colaborado na organização do livro agora editado.