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Com grande sentido de oportunidade, Joaquim Santos promoveu, no passado dia 5 de Abril, o lançamento do seu último livro, “O Jornalismo Leiriense e a Grande Guerra (1914-1918)”, 11.º título da sua produção. É um livro de 208 páginas em formato A4, de capa cartonada, produzido pela editora Textiverso, de Leiria, com o n.º 25 da colecção “Tempos & Vidas”.

A sessão de lançamento foi no RAL4 – Regimento de Artilharia n.º 4 – Leiria, durante as cerimónias de evocação da batalha de La Lys, que decorreram na Batalha e em Leiria, organizadas pelo Núcleo de Leiria da Liga dos Combatentes. Na apresentação estiveram, entre outros: o Chefe de Estado-maior do Exército, General Carlos Jerónimo; o General Chanceler das Antigas Ordens Militares, Rocha Vieira; o Comandante do Comando de Instrução e Doutrina, General Rovisco Duarte; o Comandante da Brigada de Reacção Rápida, Major General Fernando Serafino; o Presidente da Liga dos Combatentes, Tenente-general Chito Rodrigues; o Comandante do Regimento Artilharia 4, Coronel Dias Henriques; o Presidente da Câmara Municipal de Leiria, Raul Castro; o Comandante da GNR de Leiria, Coronel José Luís Lomelino; e o Presidente do Núcleo de Leiria da Liga dos Combatentes, Tenente-coronel Ley Garcia, este último encarregado da apresentação do livro, cujo teor foi tese de Mestrado do autor em Comunicação e Jornalismo.

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Considerando que «estávamos na época da consolidação da República em Portugal», Ley Garcia diria que «o autor nos transporta para um período muito conturbado da nossa sociedade: a passagem da Monarquia para a República e o eclodir da Grande Guerra na qual Portugal também acabou por se envolver».

No Prefácio, o Professor Carlos Camponez, que foi longos anos jornalista em Leiria e que é actualmente docente da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, escreve: «O título deste livro, “O Jornalismo Leiriense e a Grande Guerra (1914-1918) – O caso do sacerdote jornalista José Ferreira de Lacerda”, remete-nos para uma duplicidade com que o jornalismo, à medida que se foi profissionalizando, tem vindo a ter cada vez maior dificuldade em lidar: por uma lado, a objectividade que decorre da sua responsabilidade profissional, e, por outro lado, o empenhamento público que resulta das convicções pessoais. Neste sentido, talvez pudéssemos dizer que, numa primeira abordagem, o título do livro que Joaquim Santos aqui nos propões se fundamenta numa duplicidade de certo modo antitética: a vocação do sacerdote e a profissão de jornalista.»

Ley Garcia lembrou que «Portugal enviou um Corpo Expedicionário na última fase da guerra (...) em Janeiro de 1917» e que «foi para esta realidade terrível que o autor nos transportou através da análise dos jornais da época». Disse mais: «O autor fez uma análise cuidada dos jornais leirienses da época, identificando sempre a sua conotação política de cada um, os seus objectivos e tipo de conteúdos. Para isso teve em conta o contexto jornalístico da época. Deu sempre destaque à forma como abordavam os assuntos relacionados com a guerra e se os mesmos eram ou não sujeitos à censura.»

Dando ênfase, como o autor, ao jornal “O Mensageiro” e ao seu Director, o Padre José Ferreira de Lacerda, Ley Garcia referiu que «Joaquim Santos identificou muitos registos tais como reportagens, livros e diários que relatavam o conflito, conseguindo analisar a evolução do jornalismo de guerra», e que, justamente, «um objectivo da investigação de Joaquim Santos foi caracterizar o género jornalístico dos textos de José Lacerda num contexto em que a crónica reinava e a reportagem se afirmava como um estilo tipicamente profissional de fazer jornalismo». Como tese, «procurou assim perceber qual destes dois géneros se encontrava nas suas narrativas».

Neste livro, diz-se no 1.º capítulo da “Viragem do regime, a Grande Guerra e os jornalismo”; depois, no 2.º, caracteriza-se “A imprensa de Leiria entre Monárquicos e Republicanos”; no 3.º, dá-se ênfase a “José Ferreira de Lacerda: uma figura multifacetada”; no 4.º, analisam-se “Géneros jornalísticos”; e um 5.º é para a “Conclusão”. Nos vários anexos há entrevistas e, sobretudo, a transcrição integral das “Crónicas de Guerra” do Padre Lacerda.

Quem for curioso de ver e ouvir a sessão de lançamento no RAL4, poderá aceder a: https://www.youtube.com/watch?v=g8DuVvyHmoI&feature=youtu.be