O Edifício da Resinagem, na Marinha Grande, foi o local escolhido para o lançamento, no dia 1 de Julho de 2017, do livro Marinha Grande em carne viva. 1 –  Revolta no Pinhal, de Fernando Luz. Edição do autor, o livro foi produzido pela Textiverso e tem 194 páginas. A apresentação esteve a cargo de Alexandra Luz e de Carlos Fernandes

Trata-se de um segundo livro, depois de “Revolta na Stephens”, apresentado em 2016. Como aconteceu no volume de estreia, o autor toma como base da sua trama alguns acontecimentos reais, que ficciona a seu jeito, dando-lhe os contornos que a história registou ou a memória evoca, às vezes lembrando as personagens que efectivamente estiveram nos acontecimentos, outras preenchendo o enredo com personagens criadas que, por assim dizer, dão “volume” àqueles acontecimentos.

Em termos temporais, a trama contempla o período que vai da 1.ª Grande Guerra e da famosa gripe pneumónica à revolta dos vidreiros desempregados que em 1931 foram colocados a abrir as estradas do pinhal de que ainda hoje nos servimos. Sem emprego e sem alternativa, o desespero obrigou a maioria a aceitar aquele trabalho, com condições desumanas, nomeadamente nas horas de trabalho, de sol a sol, às vezes sob a chuva, mas sobretudo nas deslocações que tinham que fazer pelo seu pé, de madrugada e, no retorno, já noite fechada. A violência desta solução desencadeou reacções fortíssimas nos desgraçados vidreiros, designadamente uma concentração junto da administração das Matas, o que criou um ambiente de extrema tensão, de cortar à faca, sobretudo para conseguir que, ao menos, se arranjasse transporte de ida e volta para os locais de trabalho.

Estamos em presença de mais um livro que transpira o ambiente efervescente das primeiras décadas do século XX na Marinha Grande, com todos os ingredientes que tornaram a região um baluarte na luta por melhores condições de vida.

Estamos em presença de mais um livro que transpira o ambiente efervescente das primeiras décadas do século XX na Marinha Grande, com todos os ingredientes que tornaram a região um baluarte na luta por melhores condições de vida.