A Paróquia de Porto de Mós ficou mais rica com o livro “O Bom Jesus de Porto de Mós: Convento dos Agostinhos Descalços, 1673-1834”, de Kevin Carreira Soares e Beatriz Rodrigues Cabral, que foi apresentado em Porto de Mós, no dia 8 de Dezembro de 2017. Este livro, com capa dura, tem 238 páginas e é uma edição da Paróquia de S. Pedro de Porto de Mós, com produção da Textiverso, de Leiria.
A apresentação decorreu na igreja de S. Pedro e foi feita pela Dra. Clarisse Louro, Presidente de Assembleia Municipal de Porto de Mós. Na mesa estiveram, para além desta, dos autores e do representante da editora, o Pároco, P. José Alves, o Presidente da Câmara Municipal de Porto de Mós, Jorge Vala, os Presidentes da Junta e da Assembleia de Freguesia de Porto de Mós, respectivamente Manuel Barroso e José Gomes, e ainda o P. Rui Caldeira (frade agostinho) que dissertou sobre a história dos agostinhos e dos seus objectivos. A ilustrar musicalmente a sessão estiveram António Mesquita (flauta) e o tenor António Alves que muito agradaram ao público presente.
No prefácio, o Prof. Saul Gomes escreve que o Convento do Bom Jesus de Porto de Mós «era seguramente um dos casos de mais espinhoso estudo sistemático, dada a escassez de documentação nos arquivos locais e mesmo nos nacionais sobre ele». Todavia, os autores «conseguiram recuperar e souberam interpretar e valorizar as linhas essenciais dos quadros históricos fundamentais deste antigo espaço conventual observante de uma espiritualidade agostiniana cujo centro se focava na doutrina da graça e na devoção mariana». «Os autores analisam e contextualizam, pois, a fundação histórica desta casa conventual de agostinhos descalços, traçando os tempos da edificação da respetiva igreja e dos demais cómodos monásticos e sua cerca, recuperando as identidades dos frades desta comunidade, apurando os quadros sociais e geográficos do seu recrutamento, verificando a respetiva prática espiritual e os níveis de observação disciplinar, assim como os naturais desvios doutrinários, por parte dos seus professos.»
E prossegue Saul Gomes, referindo que os autores analisam também «o impacto do convento no urbanismo de Porto de Mós e as propostas pastorais e religiosas dos frades agostinhos descalços no quotidiano dos portomosenses, na vila e no termo rural, com especial atenção às solenidades festivas e sobremodo à procissão do Senhor dos Passos, uma das mais eloquentes que ainda hoje se levam a cabo nesta diocese». E termina, sublinhando que «a vida económica do convento, os efeitos da «descristianização» e da decadência das ordens monásticas, também em Portugal, nos finais de Setecentos e o impacto destruidor profundo e avassalador das Invasões Francesas neste território, explicam o quadro de declínio deste convento, consumado na exclaustração de 1834 e na salvaguarda da sua igreja e parte da cerca e cómodos conventuais pela ação da paróquia de S. Pedro de Porto de Mós, da Misericórdia da vila e dos seus autarcas municipais».