Título completo: Cadernos de Estudos Leirienses
Autores: Vários
Colecção: Cadernos – 10
ISSN: 2183-4350
N.º de páginas: 190
Preço: 12 euros
Disponibilidade: Disponível
Sinopse
O conteúdo do volume n.º 10 dos Cadernos de Estudos Leirienses corresponde aos textos das comunicações apresentadas no colóquio evocativo do IX Centenário da Abadia de Claraval (1115-2015) realizado no auditório da Biblioteca Municipal de Alcobaça no dia 14 de Novembro de 2015. A AMA – Associação dos Amigos do Mosteiro de Alcobaça e o Município alcobacense quiseram justamente lembrar os 900 anos do mosteiro fundado pelo santo que recebeu e anuiu ao pedido de Afonso Henriques para construir Santa Maria de Alcobaça. A Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa fez também parte da organização do Colóquio que lembrou a efeméride. O lote das participações e das temáticas abordadas nesse colóquio foi plural, dando espelho à complexidade cisterciense. São nove os estudos produzidos nesse âmbito.
Amílcar Coelho reflete sobre o pensamento e a espiritualidade de S. Bernardo, a sua procura constante da verdade numa ascética que define o lugar de Cister no tempo e no espaço, ou seja no seu próprio “mundo”. Já Rui Rasquilho e António Maduro falam da materialidade cisterciense trabalhando as transformações operadas ao longo do século XVIII no espaço da abadia, assim como a revolução cultural que assiste aos campos de lavoura. Pedro Barbosa traz-nos as ligações entre S. Bernardo e o reino emergente relevando a dimensão política e diplomática e uma pragmática definidora do seu próprio tempo. Alegria Marques trata a pluralidade de olhares que a mulher convoca na mensagem cristã, nomeadamente dos caminhos da demonização à santidade, relevando a espiritualidade mariana de Bernardo de Claraval e os percursos do monaquismo feminino face a essa mensagem. Aurélio de Oliveira fala-nos dos bons vinhos dos bentos de Santarém, tratando de questões como a difusão da vinha, os seus índices de produtividade, assim como o cuidado colocado nas técnicas e métodos de cultivo da videira. Saul Gomes aborda a temática de formação dos poderes concelhios nos coutos e, em particular, o papel dos forais manuelinos e do seu clausulado normativo para a vida das populações, assim como o seu papel no desenvolvimento da região. Maria do Céu Tereno, Marízia Pereira e Maria Monteiro tratam as plantas que curam trabalhando o acervo da botica monástica, especificando as suas propriedades e seus usos indispensáveis tanto à comunidade como, a quem de fora, requeria cuidados de saúde. Luís Repas desenvolve a expansão do monaquismo feminino cisterciense no século XIII, tratando as especificidades de constituição dos vários mosteiros. Por último, André Santos trabalha um projeto de requalificação arquitetónica dos espaços do Mosteiro de Santa Maria de Cós.
Índice desta edição dedicada à evocação
do IX Centenário da Abadia de Claraval (1115-2015)
- Sujeito e verdade – Reactivação da espiritualidade em Cister e em São Bernardo, Amílcar Coelho
- Os séculos XVII e XVIII nos coutos de Alcobaça: arquitectura e paisagem, Rui Rasquilho e António Maduro
- S. Bernardo na independência de Portugal, Pedro Gomes Barbosa
- De “filhas do diabo” a “esposas de Cristo”. Algumas notas sobre os mosteiros cistercienses femininos, Maria Alegria Marques
- As Ordens religiosas e os vinhos estremenhos – Os bentos de Santarém (1629-1822), Aurélio de Oliveira
- Os forais manuelinos dos concelhos do couto de Alcobaça, Saul António Gomes
- Acervo vegetal da botica do Mosteiro de Alcobaça - Espaço, proveniências e uso. Notas preliminares de investigação, Maria do Céu Tereno, Marízia Pereira e Maria Monteiro
- Da reclusão à vida monástica: a origem de alguns mosteiros cistercienses femininos no século XIII, Luís Miguel Rêpas
- O Mosteiro de Santa Maria de Cós, um passado e um futuro - Perspectivas arquitetónicas, André Santos