Integrando já a longa lista de autores da editora leiriense Textiverso, enquanto co-autor e mentor do projecto que deu origem ao livro “Juntos no desafio”, Paulo José Costa é um psicólogo natural de Leiria, mas também poeta. Fez a sua estreia literária no dia 28 de Maio de 2011, com a apresentação, justamente em Leiria, do seu primeiro livro de poesia. Tem por título “Sopro da voz”, é o n.º 4 da colecção “Poesia - Novos Talentos”, da Textiverso, e tem 96 páginas em formato 14,4x14,5 cm.
A apresentação foi feita por outro poeta leiriense, Carlos Lopes Pires, numa sessão muito interessante e bem concorrida que decorreu no GL Caffé bar, Edifício Zúquete, à Praça Rodrigues Lobo. Na mesa, para além do autor e do apresentador, esteve o representante da editora, Carlos Fernandes, que se congratulou por Paulo Costa passar a integrar aquela colecção de novos talentos nos domínios da poesia.
Na sua apresentação, Carlos Pires diria que «os poemas deste livro são todos muitíssimo recentes, revelando uma evolução muito grande, relativamente ao que já conhecia do Paulo, nomeadamente por uma maior contenção, que se revela, por exemplo, na diminuição de adjectivos, deixando maior espaço ao dizer sem nomear». Quanto ao conteúdo, Pires considera que «o amor orienta o fundo deste livro». Concretizando: «A poesia deste livro é, antes de tudo o mais, testemunho de uma viagem, de uma viagem pela vida. E, talvez por isso, há nele uma dimensão dramática: uma dor percorre os poemas deste livro. Porque, realmente, o amor, ou a sua busca, é uma dor.» «Uma outra dimensão – acrescenta Pires – respeita à liberdade, à escolha, à impossibilidade e a um deserto: realmente existe uma espécie de resignação que atravessa este livro em ambos os sentidos. Mas porque este livro é uma viagem, existem igualmente momentos de esperança (...).» Pires diz mesmo que este «é um livro de “coisas felizes”». E explica: «Toda a poesia é feliz. Não sei bem porquê, mas talvez porque nos permita caminhar em silêncio no mundo. E também porque há no mundo e na vida alguma coisa que nos escapa. Mas na poesia não.» E concluiria: «Bem-vindo, Paulo, entre aqueles que anoitecem!»
Por sua vez, o Autor confessaria que «a Poesia é em mim a humilde representação da esperança, a sublimação da vida ou a confirmação do amor». E deixaria expresso que os poemas deste seu primeiro livro «são fragmentos, notas soltas, olhares, lágrimas e harpejos de luz». «E remontam aos dias em que, ao olhar para dentro da alma, percebera que as palavras eram aves impacientes ou um reduto primordial da solidão.» Terminaria a sua intervenção com a leitura de um poema inédito dedicado à esposa. As considerações de Carlos Lopes Pires e de Paulo José Costa podem ser lidas na íntegra em Autores/Apresentações.
Durante a sessão, João Paulo Lopes tocou à guitarra dois temas clássicos, Nuno Brito cantou, com música sua, dois poemas do livro (“Tremura” e “Trazes na mão”) e Fernanda Costa (mãe do Autor) disse quatro poemas igualmente do livro. Houve ainda oportunidade de ver um pequeno vídeo com belas imagens, música (de Yann Tiersen) e excertos de alguns poemas de Paulo Costa, realizado por Cláudia Silvestre, Telmo Antunes e Tiago Antunes.