O 3.º volume dos Cadernos de Estudos Leirienses foi lançado no dia 6 de Dezembro de 2014 na Biblioteca Municipal da Nazaré, com apresentação a cargo do Professor Saul António Gomes e do Mestre Carlos Fidalgo, com uma plateia de dimensão assinalável a assistir. Este volume tem 432 páginas e trabalhos de 23 investigadores do Distrito de Leiria.
Na mesa estiveram ainda o editor, Eng. Carlos Fernandes, e o Vice-Presidente da Câmara Municipal da Nazaré e Vereador do Pelouro da Cultura, Dr. Manuel Sequeira.
Conforme escrevera na introdução a este volume, o Professor Saul Gomes reiterou que os Cadernos «têm vindo a concitar uma crescente adesão por parte de investigadores regionalistas e também por parte dos seus públicos», acrescentando que o número de páginas impressas do 3.º volume «é revelador da potencialidade científica de Leiria e da sua região enquanto espaço e sujeito de estudo no domínio das ciências sociais e humanas».
Lembrando que «estudos de história, de história da arte, de arqueologia e de etnografia marcaram os [dois] volumes anteriores», sublinhou que «nas páginas deste [3.º] tomo, sobressaem os artigos dedicados ao conhecimento do património histórico-cultural e do património natural da região especialmente na sua dimensão territorial atlântica».
Considerando que «a atlanticidade é uma condição geográfica estruturante da região leiriense», apontou então «o oceano imenso de Raul Brandão, de Aquilino Ribeiro e de Loureiro Botas, o extenso pinhal verde de Lopes Vieira, as serranias calcárias do maciço calcário estremenho de Miguel Torga», como «a terra e o mar em que se desenha o eixo estruturador do presente número destes nossos Cadernos». E concretizou:
«A Nazaré afirma-se pelos estudos dedicados à história das suas igrejas, da sua freguesia e dos seus relojoeiros. Mais a norte, uma outra praia, a do Pedrógão, o Pinhal de Leiria, a orla da mata e as migrações sazonais dos "Ratinhos" interessaram os autores que historiam o passado destes lugares e destas gentes e questionam o seu presente. Os calcários da região emergem centralmente nos estudos dedicados às oficinas de cantarias de Ernest Korrodi e à consideração das técnicas e dos materiais construtivos da casa rural da região oureense. E é ainda pela senda dos trilhos serranos e da pedra como elemento construtivo e estético que se pode percorrer o património arquitetónico por terras da Princesa Peralta, com Figueiró dos Vinhos como centro de referência.»
Neste 3.º volume «retomam-se e concluem-se, ainda, textos vindos do anterior número, relativos aos Mosteiros de Alcobaça e de Santa Maria de Cós, dando-se lugar a novos estudos sobre a questão museológica em Porto de Mós, o Mosteiro da Batalha, o património arqueológico do Vale do Lapedo, o bispo D. Pedro Vieira da Silva ou um velho tombo arquivístico relativo à cidade de Pombal em tempos setecentistas.»
Por seu turno, o mestre Carlos Fidalgo traçou as linhas mestras da investigação que foi destaque desta edição, “A Igreja Matriz de Santa Maria das Areias e São Pedro da Pederneira: elementos sobre a sua temporalidade”, concluindo:
«Apesar das dúvidas que ainda subsistem sobre a edificação da igreja Matriz da Pederneira que, com certeza, promoverão um processo de discussão e análise entre a comunidade local e científica, devemos, por fim, relevar que a Igreja de Santa Maria das Areias e São Pedro da Pederneira é um imóvel de relevante interesse histórico e patrimonial que, embora não possua qualquer tipo de classificação patrimonial, testemunha um processo social, económico e eclesiástico que não deve ser olvidado nem analisado de forma isolada constituindo-se, dessa forma, como um testemunho vivo da história da Pederneira e, por conseguinte, do Concelho da Nazaré.»
O 4.º volume dos Cadernos de Estudos Leirienses será lançado em Alcobaça em finais de Maio de 2015.