No dia 5 de Julho de 2008, foi apresentado em Leiria, no Salão Nobre da Câmara Municipal, o livro "Invasões Francesas - Leiria, 5 de Julho de 1808: O Massacre da Portela - 200 anos", com prefácio, selecção de textos e notas introdutórias de Carlos Fernandes.
O livro tem 96 páginas, é o primeiro volume da colecção Tempos & Vidas da editora Textiverso e foi contextualizado pelo Dr. José Vitorino Guerra numa prelecção profunda e de grande acuidade.
Para uma ideia do que neste livro se pode ler, a propósito do sangrento dia 5 de Julho de 1808, há 200 anos, quando os franceses puseram Leiria a ferro e fogo, transcrevemos do Prefácio algumas palavras de Carlos Fernandes:
«Abrimos com um poema de Rodrigues Cordeiro que, no seu estilo romântico, exalta o brio patriótico dos leirienses: "Não morre, não,/ o povo que a sua terra/ defende como um leão."
«Sucedem-se três textos de capital importância: a Memória dos mais notáveis acontecimentos que houve em Leiria e seus contornos por ocasião do combate dado em 5 de Julho de 1808, de João José do Souto Rodrigues; um extracto da História Geral da Invasão dos Franceses em Portugal e da Restauração deste Reino, de José Acúrsio das Neves; e um outro extracto, este dos Apontamentos para uma História da Restauração do Reino em 1808, de Fr. Inácio de S. Carlos, religioso Franciscano que, até à data, não tinha ainda sido compulsado, pelo menos com evidência, para as coisas de Leiria.
«Encerramos com uma prosa de ficção, também um extracto, agora de A Austeridade, de António Florêncio de Sousa Pinto, cujo texto integral está inserido na sua obra "Divagações Históricas, Quarta Época - Invasão dos Franceses em Portugal - 1807". Trata-se de uma ficção sobre os acontecimentos de Leiria à volta do 5 de Julho de 1808 e constitui o que nos parece ser o primeiro (único?) tentame para romancear o drama leiriense, com o envolvimentos de personagens populares e o cenário da cidade do Lis como fundo.»
Para todos estes textos o organizador elaborou uma introdução específica, sobre os respectivos autores e obra. Muitos outros textos existem sobre a matéria e sobre os sucessivos desastres a que Leiria foi sendo submetida até 1811, enquanto franceses, ingleses, portugueses e espanhóis por aí andaram. Seria interessante que eles pudessem ser igualmente compilados e republicados.