Pedro Moniz, depois de reunir os textos poéticos que foi produzindo e, na sua maioria, publicando na imprensa, decidiu juntá-los e organizar um livro, tentando com eles dar uma ideia da sua própria evolução e marcar momentos que de alguma forma são balizas da sua visão do mundo. Por isso lhes deu o nome lato de “Pérolas de Vida” – pelo seu valor, enquanto escrita poética, e pelo seu significado, enquanto mensagem generosa do seu exemplo de vida. O livro tem 86 páginas e foi produzido pela editora Textiverso.

O lançamento público foi no dia 12 de Março de 2016 e decorreu na sala de conferências da Fundação Caixa Agrícola de Leiria, com apresentação pelo escritor Luís Vieira da Mota e com leitura de poemas por Zaida Nunes. A sessão contou ainda com alguns momentos musicais em que intervieram a Escola de Música da Barreira, o Grupo de Jovens da Chaínça e Paulo Costa através de um vídeo com uma composição musical sua sobre um poema de Pedro Moniz. No final, Pedro Moniz ofereceu uma parte dos livros à ADESBA.

 

Citando o Evangelho e as palavras de Cristo a S. Pedro – «Tu és Pedro, e sobre essa pedra edificarei a minha Igreja» –, o apresentador disse acerca do autor de “Pérolas de Vida”: «Este Pedro, que vós ireis descobrir nas páginas deste livro, é também uma pedra. Genuína, límpida, como o mármore das estátuas quando não precisava de cera para disfarçar as imperfeições: por isso sincero, sem cera.»

Citou depois o poema “Filosofando” para dizer que o livro fala de filosofia. E recorreu depois ao “Soneto Filipino” para demonstrar que no livro também há enleio: «Há, e muito.» Escolheu, para amostra, uma estrofe: «Os teus olhos de suave castanho/ São o Mondego, onde em divina aventura,/ Nada o cisne da plumagem mais pura,/ Qual sereia em mitológico banho.» «Contudo – acrescenta –, todo o enleio que o autor revela ao longo destas páginas é contido. Não tem arrebatamento porque é doce e fundamentalmente porque é respeitador.»

Buscando outras vertentes do livro, disse ainda: «Se quisermos encontrar outro tipo de entusiasmo, teremos de recorrer aos poemas onde ele canta outros amores. E então encontramos o homem de Fé. Porque o Pedro é um homem de Fé e de esperança: Fé em Deus e com Esperança nos homens, donde nascem as orações.»

Mas o poeta também se entusiasma, produzindo poemas bem diversos, «nomeadamente aqueles que dedica à sua terra, às suas terras, principalmente Barreira, Coimbra e Portalegre».

Quase a concluir, Luís Vieira da Mota considera que onde Pedro Moniz «há-de parecer mais arrebatado será nos sonetos de cariz patriótico, com focagem muito especial no mundo novo, o da modernidade, que Portugal deu à velha Europa e sem o qual a Europa continuaria velha». 

E terminou, declarando não poder deixar de realçar um outro tema, talvez o mais importante de todos os deste livro: «São os poemas mais simples, mas também os mais ternos. São os poemas onde o Pedro manifesta a sua gratidão por isto ou por aquilo, por tudo ou por nada, às pessoas que foi encontrando na vida, com uma recomendação muito especial pelo quanto têm de ingénuo, sincero e puro, aos versos Idictianos, (...) onde o autor relembra com todo o carinho os seus colegas de trabalho em Portalegre.»

Concluiu a sua apresentação com uma composição sua, um “Soneto Petrino” dedicado «Ao Dr. Pedro Moniz, no dia da apresentação do seu primeiro livro como poeta». [Pode ler o texto integral da apresentação na rubrica “Apresentações”.]