O auditório da Biblioteca Municipal da Marinha Grande foi o local eleito para o lançamento, no dia 8 de Outubro de 2016, do romance histórico “Revolta na Stephens”, da autoria de Fernando Luz. É um livro com 142 páginas, produzido pela Textiverso, de Leiria. A apresentação foi feita por Carlos Fernandes e contou com a presença da Vereadora da Cultura da Câmara da Marinha Grande, Dra. Cidália Ferreira, de D. Ivone Henriques, Presidente da Direcção da APPACDM da Marinha Grande, e, naturalmente, do autor.
Transcrevemos a seguir algumas passagens da apresentação: «No dia 11 de Julho de 1827, José de Sousa e Oliveira escrevia a António Esteves Costa: “Cumpre-me levar ao conhecimento de V. S.ª o resultado da inquirição das testemunhas a que procedeu o Provedor, de cujo resultado, como V. S.ª verá da cópia inclusa, procedeu ficarem pronunciados, como cabeças do motim, Manuel Ferreira, Manuel de Jesus e Vicente de Sousa, todos ajudantes da manufactura do cristal, e, na conformidade da sentença do Conservador, devem ser impedidos do serviço da Fábrica, precedendo para isso autorização de V. S.ª e do Exm.º Snr. Barão [do Sobral], cujo fico esperando para dar cumprimento à mesma.”
O motim a que se refere esta carta, reproduzida documentalmente no fim do livro, é miudamente “contado” neste romance de Fernando Luz, naturalmente que com cenários e alguns ingredientes da sua imaginação, mas tendo como base um acontecimento real.»
E prossegue:«Este livro não é apenas a história de um motim, talvez o primeiro em terras da Marinha Grande, há quase 200 anos. Ele é também uma grande e profunda história de amor que envolve um dos amotinados e uma mulher cuja condição e envolvente familiar não aprova a relação. (...) É esta história de amor, cujo enredo me abstenho de desvendar, que o autor aproveita para falar da vida popular, da pobre mas honesta ocupação das pessoas, do linguajar típico, dos seus divertimentos, das rivalidades entre povoações, das vicissitudes e cumplicidades de um meio onde o operariado tinha já expressão e onde até já havia um teatro e se representava.»
Ou seja: «Fernando Luz, com este seu primeiro livro de ficção, consegue elaborar uma trama bem ritmada e, ao mesmo tempo, bem estribada em informação real que são os dados históricos e o contexto da época. (...) A força do verbo e a familiaridade dos cenários têm, nesta “Revolta na Stephens”, a grande virtude de nos enlear, desencadeando em nós a mesma tensão passional que o autor coloca nas personagens. Um facto histórico dá, assim, estribo a uma ficção romântica que podia ser, também, uma história real.»»
A receita da venda deste livro reverte a favor da APPACDM, da Marinha Grande, e da APPCL, de Leiria.