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A obra Martinela – Sua Vida e Suas Gentes (séculos XIX e XX) foi apresentada nas Festas de Santa Luzia, que decorreram no último fim-de-semana. Com 374 páginas profusamente ilustradas, esta monografia da autoria de Celeste Brites Pinto foi lançada em 2013 sob a forma de edição de autor. O livro contempla, numa primeira parte, uma descrição minuciosa de usos, costumes e tradições daquela localidade da freguesia do Arrabal e, na segunda parte, procede-se à reconstituição do aglomerado populacional através da genealogia dos núcleos familiares mais numerosos, como os Brites e os Crespos.
Com a chancela da Textiverso e apoio institucional do Rancho Folclórico do Freixial e Museu Etnográfico, a publicação insere-se na linha editorial «Memória e Património» que integra o projeto (I)materialidades: etnografia e Património, com a coordenação científica de André Camponês. Segundo o coordenador «trata-se de uma obra essencial para compreender algumas das caraterísticas e particularidades culturais desta povoação, endossando à descrição do património cultural material e imaterial o registo biográfico e genealógico das famílias locais. Em jeito de síntese, esta feliz conjugação de elementos fornece importantes pistas para a compreensão da identidade e sentido de auto-pertença das gentes da Martinela, merecendo, por cumprir este desiderato, um lugar de relevo no panorama monográfico do concelho de Leiria».
Algumas fotos do lançamento no Salão da Capela da Martinela:
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A noite de Natal, o momento em que se simboliza o começo da história do Cristianismo, introduziu no mundo um princípio de esperança até aí desconhecido. Independentemente da querela sobre a existência ou não de um Jesus histórico, ou da crença ou descrença na sua natureza divina, a religião que se organizou em torno de uma história que vai do nascimento no estábulo, em Belém, à morte na cruz, em Jerusalém, trouxe uma ruptura com as outras formas de religião, as quais, por norma, vergavam o homem a um fatalismo tão cego que, dificilmente, os seres humanos poderiam imaginar libertar-se dele. O cristianismo veio colocar o destino de cada um, numa vida após a morte, na sua própria mão, nas decisões que tomar quanto ao modo como se comporta nesta vida. Esta mudança na esfera da salvação, com o passar dos séculos, começou a contaminar a existência social dos povos convertidos ao cristianismo. Uma vida digna de ser vivida neste mundo, como a salvação na eternidade, dependerá das escolhas que indivíduos e comunidades fizerem.
Agora que o ano de 2023 se prepara para dar lugar ao de 2024, será o momento de indivíduos e comunidades se interrogarem sobre a bondade das suas escolhas. Será que os meus actos individuais e as minhas paixões singulares contribuem ou não para uma vida digna de ser vivida? Será que as escolhas comunitárias que estamos a fazer ou iremos fazer contribuirão para uma comunidade mais decente, onde todos encontrem uma esperança para a sua vida? Esta interrogação só tem sentido a partir da liberdade que o cristianismo trouxe ao mundo. Aquilo que temo, porém, é que todos nós, indivíduos e comunidades, nos estejamos de novo a entregar a um fatalismo cego que aniquila a liberdade e nos entrega a um mundo indigno de seres dotados de razão.
Soterrámos o Natal, primeiramente, numa festa de família; depois, numa orgia de consumo. Seria bom, porém, que retomássemos – os homens de boa vontade, crentes, agnósticos e ateus – a esperança da narrativa do nascimento de Cristo. Na mais pura pobreza, nesse lugar impróprio para nascer um ser humano, deu-se um acontecimento, mesmo que apenas imaginado, que abriu a humanidade à esperança, a esperança da salvação, mas também à da liberdade. É verdade que o cristianismo nos trouxe um encargo não pequeno, o de, como homens livres, sermos responsáveis pelas nossas escolhas. Estas, singulares e comunitárias, cairão sobre os nossos ombros. O mundo que delas derivar será da nossa responsabilidade, queiramos ou não. Resta saber se seremos fiéis à esperança trazida pelo Natal ou se nos submeteremos aos cantos de sereia e ao velho fatalismo de que o cristianismo nos tenta salvar.
Jorge Carreira Maia (2023). Noite de Natal. In A Barca e aqui.
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A Textiverso tem o prazer de apresentar o novo livro de Ana Isabel Marques, agora com co-autoria de Ana Rita Sobreira e com ilustração de Célia Brandão.
Inaugura a colecção Caleidoscópio, na qual se pretende publicar um conjunto de obras que têm como denominador comum o facto de cruzarem a literatura com diferentes áreas do saber. Destinadas ao público infantil e infanto-juvenil, as obras que se inserem nesta colecção reflectem a concepção de educação como um processo pluri-perspectívico e multidisciplinar e pretendem concorrer para a formação da criança na sua totalidade, para o enriquecimento dos seus conhecimentos e alargamento dos seus horizontes.
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Apresentamos, em acesso aberto, o e-book interativo do Catálogo Confi-Arte+Arte-Cidadania Global, com a chancela da Textiverso e Várias Vozes.
Para ver ebook aceder via QRCode ou clicar na imagem (capa) ou aqui..
O projeto Confi-Arte (Várias Vozes), coordenado por Rita Basílio e Ana Monteiro, foi desenvolvido com o apoio da DgArtes, no ano letivo 2021-2022. Envolveu 1557 participantes, dos 6 meses aos 96 anos, 6 distritos e 3 países (Portugal, S. Tomé e Cabo Verde). Consultar.
Destacamos do texto de Apresentação:
«Com António Sampaio da Nóvoa, acreditamos que:
'O mais importante virá da capacidade de conhecermos, de refletirmos e de partilharmos histórias que já existem. Isto é, de sabermos que em Portugal e no Brasil, e na China e em muitos lados, em África, há professores, escolas e comunidade que estão a fazer coisas extraordinárias, mas a que nós não damos muitas vezes a devida atenção. ' (Nóvoa, 2021)
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A imaginação no poder
Um dos slogans da revolta estudantil conhecida como Maio de 68 foi A imaginação ao poder! É possível que os estudantes revoltosos daqueles dias estivessem irados com o peso da razão na vida e no governo. A tradição liberal-democrática, que foi emergindo a partir do século XVIII, colocara a razão como fundamento das decisões políticas. A resistência à racionalidade liberal veio tanto da esquerda, com a mitologia da revolução, como da direita, na sua encarnação radical e nacionalista. Nestes projectos políticos, a razão foi destituída de guia político e tornou-se instrumento da imaginação política que se tinha apoderado do poder e punha em prática os mundos imaginários do paraíso social na Terra, à esquerda, ou da supremacia nacional e rácica, à direita. O resultado foi violência, campos de concentração e milhões de mortos.
Com o final da segunda Guerra Mundial e, posteriormente, com a Queda do Muro de Berlim, perante a multiplicação das democracias liberais, parecia que a razão ganhara a partida. Sol de pouca dura. O século XXI tem sido um tempo onde a imaginação está, paulatinamente, a tomar conta do poder. Os resultados são assombrosos. A guerra da Ucrânia é o produto de uma imaginação delirante sobre o destino da Rússia. A guerra na faixa de Gaza é alimentada pelas concepções imaginárias tanto do Hamas como da extrema-direita israelita. Combate-se, na verdade, por um Grande Israel imaginário ou pelo sonho de uma Grande Palestina livre de judeus. Foram vitórias da imaginação os triunfos de Bolsonaro e de Trump, cujas derrotas posteriores não asseguram que algo de semelhante não volte ao poder. As políticas imaginárias, baseadas sempre numa memória histórica fantasiosa, são o fundamento dos projectos políticos da extrema-direita e da direita radical em toda a Europa.
A imaginação no poder significa que os agentes políticos se pautam pelos mitos fundadores da sua cultura ou da sua nação. Tomam estes mitos como descrições da realidade. Com eles seduzem as massas incapazes de uma leitura racional do mundo e da política. Ora, esses mitos são factores de identificação e de exclusão do outro. O resultado é invariavelmente a violência e a morte. A razão é uma faculdade frágil e exigente. A sensatez, um dos seus apanágios, é um antídoto pouco eficaz perante a imaginação alucinada e a memória delirante de elites políticas incendiárias, apostadas no desencadear de paixões na massa desorientada pela complexidade do mundo. Estamos a descobrir, ou a redescobrir, o que é a imaginação no poder. Ainda no Maio de 60 se dizia: Sejam realistas, exijam o impossível! Eis que o impossível nos está a bater à porta.
Jorge Carreira Maia. In Jornal Torrejano (ver aqui)
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Por que razão é inaceitável a complacência, se não a cumplicidade, com aquilo que o Hamas fez em Israel? A razão é muito simples. É porque aquela acção contra civis desarmados, escolhidos como alvo militar, seguida de todos os horrores que se conhecem, revela uma faceta que os seres humanos trazem dentro de si, manifesta, para falar em linguagem religiosa, o demoníaco que está dentro de cada um. É a esta faceta que desde há muito se tenta domesticar, proibir-lhe a demonstração. É esse o trabalho da civilização. Pôr à distância o tenebroso que há nos homens. Ora, quando este se manifesta como se manifestou em Israel, aqueles que lhe encontram justificação – os fins justificariam os meios – não apenas desvalorizam o horror daquela manifestação de crueldade demoníaca, mantendo a metáfora religiosa, como mostram que, caso um fim o justificasse, o seu espírito estaria disposto a cometer os mesmo actos hediondos, estaria pronto para deixar o que há de pior em si se manifestar-se, fazendo com que a barbárie rompa o verniz civilizacional que nos permite viver uns com os outros, e contribuir para que o terror se torne o Zeitgeist, o espírito dominante do nosso tempo. Por isso, qualquer complacência com o que se passou é absolutamente inaceitável.
(J.C. M, https://kyrieeleison-jcm.blogspot.com/2023/10/o-inaceitavel.html)
- Novas entradas no Plano Nacional de Leitura
- Apresentação do 1º volume da coleção «Poetas da Freguesia do Arrabal»
- Apresentação do livro Teatro no Bairro, de Ana Cristina Luz
- Cadernos Leirienses, série II, 2° volume - Apresentação no Centro de Artes do Arrabal
- Teatro no Bairro, de Ana Cristina Luz, nas Comemorações do Centenário da Fábrica Maceira-Lis
- Cadernos Leirienses 2.ª Série, n.º 2 - Estudos de Etnografia e Património