O pátio interior do Clara Jardim * Restaurante (ao campo Mártires da Pátria), em Lisboa, foi o cenário escolhido para o lançamento e apresentação, no dia 17 de Junho de 2011, pelas 19h00, do livro “Memorial das Famílias do Cadaval – RIBEIRO”, da lavra do Dr. António Francisco Da Franca Ribeiro. Trata-se de um longo trabalho de 396 páginas, primeiro volume de uma nova colecção designada “Terras & Gente d’Oeste”, edição da Casa de D. Lobo, do Cadaval, com concepção gráfica e produção da Textiverso.
A sessão de apresentação antecedeu o jantar e a reunião mensais, ali realizados habitualmente, da Associação Portuguesa de Genealogia, destacando-se na mesa, justamente o Presidente da Assembleia Geral, o Dr. Duarte Nuno do Vale e Vasconcelos, ladeado pelo Autor e pelo apresentador.
O Eng. Ricardo Charters d’Azevedo encarregou-se de traçar a síntese biográfica do Autor e de fazer a apresentação do livro, socorrendo-se de um texto que elaborou a esse respeito e que pode ser lido aqui na secção “Apresentações”.
Diria do Dr. António Ribeiro que «todos o conhecíamos como professor e igualmente sabíamos que é, desde longa data, investigador de História da Família, de Genealogia, de Heráldica e de Semiologia, tendo diversos estudos publicados nestas aéreas, em seminários regionais e revistas das especialidades, que constam em várias bibliografias». Sobre o trabalho, o tempo e o esforço dispendidos pelo Autor, diria ainda: «Estudou, investigou, teorizou... Durante alguns anos. Deve ter lido muito, trabalhado sem tréguas e lidar sem sesta. Mas agora meteu o golo: publicou. Quantos de entre nós não gostaríamos de ter feito o mesmo?»
Apesar de não se considerar «historiador, nem genealogista», Charters d’Azevedo é, no entanto, um grande estudioso de genealogia e conhece bem os meandros dessa ciência. Manifestou, pois, ter consciência dos obstáculos com que o Autor se terá defrontado, mas que soube ultrapassar, e também das questões complexas que terá encontrado que não pôde resolver de todo:
«Todos nós sabemos as dificuldades que encontramos, como genealogistas, para construir uma narrativa coerente das famílias que estudamos. Alguns têm mais sorte que outros. António Da Franca Ribeiro teve sorte pois pegou nos Ribeiros do Cadaval, no fundo a sua família./ Sabemos como é importante, quando se estuda uma família, "percebê-la". Quem melhor que António Da Franca Ribeiro para, com discernimento e curiosidade, percebê-la? Enfim, entender quais foram as suas estratégias, suas alianças, seu posicionamento social, etc./ A elaboração da genealogia dos Ribeiros do Cadaval levou a que ele se cruzasse com todo os tipos da nossa sociedade: ilustres proprietários agrícolas, lavradores abastados, padres, morgados, fazendeiros, prostitutas (que se chamavam de barregãs, ou amantes), ou ainda jornaleiros, ou mesmo escravos. Claro que ele encontrou igualmente gentes de estatuto superior, com actividades a nível nacional e internacional e que deram à Casa Real, ou ao Estado, serviços muito relevantes. Enfim, cruzou-se com a vida…». Sabendo que «nem sempre, como hoje, a sociedade portuguesa produziu tantos documentos, nem o grau de alfabetização era o actual», reconhece, por experiência própria, que, «quando se começa a “avançar” retrospectivamente, no estudo dos seus antepassados, percebemos que existe um determinado afunilamento documental, pois à medida que “avançamos”, mais vai escasseando a documentação».
E acrescenta, em jeito de conclusão:
«Ele afirma que, no Concelho do Cadaval e com origem neste concelho, não existe uma outra família com história tão ilustre, e procura prová-lo./ Assim, Franca Ribeiro, como genealogista, lidou com a morte, com a memória, com a história, com a biologia (sim, com a biologia ao avançar pelos modernos caminhos da determinação do ADN), reconstruindo uma identidade de uma família que se julgava (alguns pensavam-na) perdida na voragem dos tempos modernos./ Vemos que ele reconstrói uma identidade. Ele dá coerência à existência dos actuais membros da família Ribeiro, pois mostra-lhes de onde vêm.»
O Autor agradeceu vivamente a todos os que colaboraram com ele, mas não deixou de lamentar os que se escusaram a esse préstimo, deixando que, porventura, algumas lacunas persistam.
Apesar de não se considerar «historiador, nem genealogista», Charters d’Azevedo é, no entanto, um grande estudioso de genealogia e conhece bem os meandros dessa ciência. Manifestou, pois, ter consciência dos obstáculos com que o Autor se terá defrontado, mas que soube ultrapassar, e também das questões complexas que terá encontrado que não pôde resolver de todo:
«Todos nós sabemos as dificuldades que encontramos, como genealogistas, para construir uma narrativa coerente das famílias que estudamos. Alguns têm mais sorte que outros. António Da Franca Ribeiro teve sorte pois pegou nos Ribeiros do Cadaval, no fundo a sua família./ Sabemos como é importante, quando se estuda uma família, "percebê-la". Quem melhor que António Da Franca Ribeiro para, com discernimento e curiosidade, percebê-la? Enfim, entender quais foram as suas estratégias, suas alianças, seu posicionamento social, etc./ A elaboração da genealogia dos Ribeiros do Cadaval levou a que ele se cruzasse com todo os tipos da nossa sociedade: ilustres proprietários agrícolas, lavradores abastados, padres, morgados, fazendeiros, prostitutas (que se chamavam de barregãs, ou amantes), ou ainda jornaleiros, ou mesmo escravos. Claro que ele encontrou igualmente gentes de estatuto superior, com actividades a nível nacional e internacional e que deram à Casa Real, ou ao Estado, serviços muito relevantes. Enfim, cruzou-se com a vida…». Sabendo que «nem sempre, como hoje, a sociedade portuguesa produziu tantos documentos, nem o grau de alfabetização era o actual», reconhece, por experiência própria, que, «quando se começa a “avançar” retrospectivamente, no estudo dos seus antepassados, percebemos que existe um determinado afunilamento documental, pois à medida que “avançamos”, mais vai escasseando a documentação».
E acrescenta, em jeito de conclusão:
«Ele afirma que, no Concelho do Cadaval e com origem neste concelho, não existe uma outra família com história tão ilustre, e procura prová-lo./ Assim, Franca Ribeiro, como genealogista, lidou com a morte, com a memória, com a história, com a biologia (sim, com a biologia ao avançar pelos modernos caminhos da determinação do ADN), reconstruindo uma identidade de uma família que se julgava (alguns pensavam-na) perdida na voragem dos tempos modernos./ Vemos que ele reconstrói uma identidade. Ele dá coerência à existência dos actuais membros da família Ribeiro, pois mostra-lhes de onde vêm.»
O Autor agradeceu vivamente a todos os que colaboraram com ele, mas não deixou de lamentar os que se escusaram a esse préstimo, deixando que, porventura, algumas lacunas persistam.