Fazendo jus ao desígnio da descentralização, o lançamento do 2.º volume dos “Cadernos de Estudos Leirienses” decorreu no Café Concerto do Teatro Cine de Pombal, na tarde do passado dia 20 de Setembro de 2014, com apresentação do Prof. Doutor Saul António Gomes e do Dr. Nelson Pedrosa. Este 2.º volume tem 262 páginas (o 1.º tinha 224) e é uma edição da Textiverso, de Leiria, com o apoio do Eng. Ricardo Charters d’Azevedo e a colaboração de cerca de duas dezenas de investigadores.
A sessão, inicialmente prevista para o castelo de Pombal, teve de ser transferida para o Teatro Cine devido à chuva abundante que se fez sentir na ocasião. Para além dos apresentadores, estiveram ainda na mesa o Presidente da Câmara de Pombal, Dr. Luís Diogo Mateus, e o representante da Textiverso, Eng. Carlos Fernandes.
Depois da intervenção do Presidente da Câmara, Nelson Pedrosa dissertou sobre o tema que é destaque neste 2.º volume dos Cadernos, “O Castelo de Pombal: da ruína à salvaguarda da sua memória”. Lembrou, designadamente, que «um secular abandono deixou o castelo de Pombal entregue às forças depredadoras do tempo e à desagregadora acção humana, entrando num processo de ruína acelerado com as Invasões Francesas, cuja acção foi igualmente gravosa para a vila, saqueada e incendiada». Encerraria da mesma forma que o fez neste 2.º Caderno: «Ciente da necessidade de devolver o castelo à cidade, a Câmara Municipal de Pombal, em 2004, apresenta um projecto de requalificação e valorização do castelo e encosta envolvente, promovendo a fruição do local, tanto pelos residentes, como pelos turistas. Com esta intervenção ganhou-se um espaço público qualificado, interligando o castelo e as áreas urbanas da zona baixa da cidade e constituindo-se novamente o castelo como um pólo de atractividade e com uma história para contar.»
Saul Gomes, por sua vez, reiterou, desenvolvendo, o que escreve na introdução a estes Cadernos:
«Estes Cadernos de Estudos Leirienses são um espaço de edição cultural compartilhado e aberto à descoberta da inteligibilidade dos modos e lugares identitários por que se faz o reconhecimento e se (re)compõe o encontro, pelo discurso mais frequentemente historiográfico, posto que não exclusivamente, da região leiriense. No presente número, destaca-se o estudo dedicado a um monumento maior da região: o castelo de Pombal, de fundação templária, acompanhando-se o seu historial até às obras de restauro e valorização museológica nele introduzidas recentemente. Dá-se continuidade, também, a textos iniciados na edição inaugural no campo da arqueologia e da história da arte, numa geografia que toca os concelhos da Nazaré (ermida de S. Gião), da Batalha (vitrais do Mosteiro de Santa Maria da Vitória) e de Leiria (a memória do seu antigo cemitério junto à velha catedral), como se evocam figuras de relevo na condução da obra magna do Pinhal de Leiria e se apresentam novos textos acerca do passado dos concelhos do norte do distrito com relevância para Figueiró dos Vinhos e Pedrógão Grande. Alcobaça recebe, neste número, um conjunto significativo de artigos sobre as suas duas abadias cistercienses (Santa Maria de Alcobaça e Santa Maria de Cós), como, ainda, acerca da história das inundações causadas pelas cheias dos rios Alcoba e Baça. Sublinhamos o texto dedicado à história recente da "Villa Portela", informativo mas também um exercício de "ego-história" narrada pela família proprietária, como, finalmente, um texto que identifica personagens ilustres e aristocráticas que outrora passaram por Leiria. Republicam-se, ainda, transcrições de textos documentais antigos alusivos às características médico-terapêuticas de Leiria e das suas terras e aos efeitos do Terramoto de 1755 em Pombal. Fecha esta edição com algum noticiário acerca de museus no distrito, sobre eventos de foro cultural e uma relação de novos títulos bibliográficos alusivos à região, terminando na evocação da figura do historiador, cidadão e regionalista que foi o Dr. Joaquim de Oliveira Bernardes.»
O presidente da Câmara encerraria a questão sublinhando o seu regozijo pela apresentação deste 2.º Caderno em Pombal e manifestando a sua disponibilidade para apoiar iniciativas editoriais que tenham Pombal como objecto.
O Caderno n.º 3 será apresentado na Biblioteca Municipal da Nazaré no próximo dia 6 de Dezembro, pelas 16h00.