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José Capote Gonçalves volta a assinar um livro da sua autoria, o terceiro, desta vez uma ficção com o título “Lília”. Trata-se de um romance com 240 páginas, produzido pela Textiverso, cujo lançamento foi feito em Cascais, no dia 11 de Outubro de 2014, na Estalagem Senhora da Guia, à Estrada do Guincho. O livro contempla um pequeno álbum de fotografias que ilustram a capeia arraiana, típica da região de onde o autor é oriundo.
Na sessão de apresentação, para além de José Capote e do representante da Textiverso, Carlos Fernandes, estiveram a Doutora Maria Máxima Vaz, historiadora natural do concelho do Sabugal, e Patrícia Müller, escritora e guionista.

 

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Carlos Fernandes abriu a sessão adiantando que um dos principais objectivos de José Capote ao escrever “Lília” foi divulgar os transes que viveu e conheceu ao longo da sua vida, muito especialmente nos domínios da emigração. Depois, ao criar uma personagem dotada de poderes paranormais, introduzir o leitor num clima de solidariedade em torno de questões delicadas como as doenças carcinogénicas. De alguma forma, juntando a estes ingredientes a sua imaginação criadora, José Capote assume-se como um escritor de causas, aliando à sua escrita chã um entusiasmo pelo verbo e pelo que, através dele, pode transmitir. Diria ainda que o seu objectivo último não será que o vejam como candidato ao Nobel, mas que os leitores partilhem com ele a satisfação que sente ao escrever ou ao dar vida literária às personagens que entretecem os seus enredos.

Por sua vez, a historiadora Maria Máxima Vaz sublinhou a importância que tem para si a evocação, neste livro, do tema que volta a ter hoje toda a sua actualidade – a emigração. Natural do Sabugal (aldeia de Abitureira, freguesia de Vila do Touro) e tendo sido professora do ensino primário nas freguesias de Águas Belas, Quadrazais, Casteleiro e Santo Estêvão, afirmou-se particularmente sensível ao flagelo da emigração que tão profundamente desertificou as regiões da raia. Lembrou a aventura, às vezes dramática, da fuga do país “a salto”, a separação das pessoas, as condições degradantes em que viviam nos “bidonville” e a exploração a que foram submetidos – matérias que José Capote trata no livro em apreço.
Finalmente, Patrícia Müller, a guionista de séries da TV como Morangos com Açúcar, Mistura Fina e Rosa Fogo, entre outras, e agora autora do romance histórico “Madre Paula”, fez uma análise do livro mais pelo prisma do enredo, destacando a escrita simples e fluida do autor e a sua criatividade ao juntar a temas tão diversos como a emigração e as capacidades paranormais da protagonista de resolver problemas habitualmente insolúveis.

Autor de “Os Malandros do Cruzeiro” (crónicas) e de “O Cabo da Roca” (guia turístico), José Capote encerraria a sessão recordando os seus tempos de emigrante e agradecendo a todos os que colaboraram consigo na concepção e realização deste livro. Não disse, mas já se dedica à escrita de um novo. Caso para dizer que “pai de peixe sabe nadar”: o filho, Hugo Gonçalves, é já escritor de nomeada com títulos como “O Maior Espectáculo do Mundo”, “Enquanto Lisboa arde, o Rio de Janeiro pega fogo”, “Fado, Samba e Beijos com Língua” e “O Coração dos Homens”.
“Lília” destina-se a distribuição a nível nacional.

O livro voltou a ser apresentado, desta vez  em Lisboa, na Casa do Concelho do Sabugal, a 6 de Dezembro de 2014. Pode ver-se uma reportagem fotográfica alusiva em:
https://www.facebook.com/photo.php?fbid=4874618799338&set=oa.412881465531214&type=1&theater
E também uma reportagem vídeo em:
https://www.facebook.com/video.php?v=334695840056114&set=o.307820209370674&type=2&theater