Depois do 1.º volume, lançado em Maio de 2014, os Cadernos de Estudos Leirienses chegam ao volume n.º 17, com data de Setembro de 2018, perfazendo cerca de sete mil páginas de estudos sobre o Distrito de Leiria. O seu lançamento ocorreu no passado dia 21 de Setembro de 2018, no CDIL – Centro de Diálogo Intercultural de Leiria / Igreja da Misericórdia, com apresentação do historiador leiriense Saul António Gomes, aliás coordenador científico dos Cadernos.
O volume em apreço tem 496 páginas e, nele, assumem especial relevo alguns temas que justificaram a sua apresentação no CDIL. Um deles, com o título “Leiria em tempos de opressão: subsídio para o conhecimento dos seus cristãos-novos no século XVII”, justamente de Saul António Gomes, desvela pela primeira vez os nomes de cerca de 400 pessoas das muitas que viviam na antiga judiaria de Leiria e que, em virtude do decreto de expulsão dos judeus, tinham sido obrigadas a fugir ou a converter-se ao cristianismo. A igreja da Misericórdia estará construída sobre as ruínas da antiga sinagoga. Um outro trabalho, sob o título “Memorias antigas da fundação da Santa Caza e Irmandade da Mizericordia de Leiria”, de Mário Rui Simões Rodrigues, traz a público informações preciosas dessa instituição desde a sua fundação. Um terceiro, “Os Governadores Civis de Leiria”, de Ricardo Charters d’Azevedo, elenca pela primeira vez os nomes e perfis biográficos dos Governadores Civis de Leiria desde 1835 a 2011.
Mas muitos outros temas dão corpo a este volume, designadamente: “O Reguengo de Monsalude”, de Jorge de Alarcão; “Os Correios em Castanheira de Pera, Pedrógão Grande, Figueiró dos Vinhos, Alvaiázere, Ansião, Pombal e Redinha no século XIX (1848-1900): Contributo para o seu estudo”, de Miguel Portela; “A Tentativa para Monopolizar a Indústria Vidreira: Conflito entre Trabalhadores e Administradores da Companhia da Nacional e Nova Fábricas de Vidros da Marinha Grande (1896-1921), de Gabriel Roldão; “O Património Cultural Imaterial e os sinos: notas da Fundição da Boca da Mata, Alvaiázere (1899-1962)”, de Maria Adelaide Furtado; ou “Afonso Lopes Vieira: o Relatório africano e o exílio nas Cortes”, de Cristina Nobre.
Depois da apresentação geral do volume, os três primeiros autores referidos deram algumas notas sobre as suas investigações, e a Vereadora da Educação e Bibliotecas, Dra. Anabela Graça, encerrou a sessão, informando que está em preparação um ciclo de conferências nas freguesias do concelho de Leiria sobre os conteúdos dos Cadernos, propondo-se estimular o interesse pela história local.