No dia 15 de Novembro comemorou-se o Dia Mundial em Memória das Vítimas da Estrada. A cerimónia, no Governo Civil do Distrito de Leiria, foi simples mas significativa. E estendeu-se ao dia 16 com a apresentação pública, no seu Salão Nobre, do livro "Descoberta - Um amor de sempre", da autoria de Joaquim Santos (textos) e Andreia Proença (ilustrações), produção da Textiverso.
Este livro narra uma história dedicada à filha do autor, Eduarda, que, em Maio de 2006, faleceu tragicamente vítima de um acidente rodoviário. Decorre na cidade de Leiria, junto às margens do rio Lis, local onde a menina foi particularmente feliz. São personagens justamente Eduarda, a menina sonhadora, e Sebastião, um mendigo desiludido da vida. Entre os dois estabelece-se um diálogo sereno e ternurento que vai trazendo à colação assuntos complexos como o tempo, a memória, a sorte, a vida e a felicidade.
A segurança rodoviária é para o Governador Civil, Prof. Doutor Paiva de Carvalho, uma preocupação constante e uma prioridade no âmbito das suas competências, razão por que, este ano, apoiou a publicação deste livro de Joaquim Santos, considerando-o mais um instrumento de abordagem à temática da prevenção e segurança rodoviárias, pretendendo posteriormente distribuir um exemplar pelas bibliotecas das escolas do distrito.

Por ocasião desta apresentação pública, o autor teve oportunidade de referir que escreveu este livro a pensar na filha e que, por conseguinte, ele aí fica para reflexão, como campainha para despertar consciências e sensibilizar para os perigos associados à circulação rodoviária. 
O Governador Civil, considerou, a propósito, que "não morrer na estrada é uma utopia", mas que, no entanto, "os números da sinistralidade deveriam ser sempre muito menores do que são na realidade, e esta é a luta que travamos todos os dias". Paiva de Carvalho reconheceu ainda que "na vida há situações imponderáveis e incontornáveis, mas há também aquelas que podemos evitar, e a sinistralidade rodoviária é uma delas".
Tudo o que se faça pela sensibilização para esta matéria é sempre pouco. E se, com os adultos, já há pouco a fazer, ao menos que se procure educar as gerações mais novas para a cultura da prevenção rodoviária, porque, concluiu Paiva de Carvalho, "do comportamento e formação individual das pessoas depende a redução do número de mortes na estrada". Que este livro contribua para essa pedagogia é o que se augura.