«A resistência das democracias», por J.C.M.
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A democracia liberal tem vindo a ser submetida a um conjunto de desafios que, não poucas vezes, parecem pôr em causa a sua capacidade de, num futuro próximo, resistir à avalancha de tiranias que existem um pouco por todo o lado. Sempre que há eleições, teme-se que as forças inimigas das liberdades democráticas as ganhem e se dê início a um processo de descaracterização, primeiro, e de destruição, depois, dos regimes democráticos. Dito em linguagem popular, sempre que há eleições os defensores da democracia liberal – tanto na direita como na esquerda – andam com o Credo na boca. Há razões para isso. Vejam-se as derivas iliberais na Índia, na Turquia e, dentro da casa comum da União Europeia, da Polónia e da Hungria. Teme-se que o mesmo possa suceder, na sequência das últimas eleições, em Itália.
Contudo, poderá haver lugar para uma visão menos negra do futuro dos regimes democráticos. No Brasil e nos EUA, as instituições políticas deram provas de suportar bem o teste de stress a que democracia foi submetida. A derrota de Bolsonaro, no Brasil, e o resultado decepcionante dos republicanos pró Trump, nas eleições intermédias nos EUA, mostraram que as instituições democráticas talvez tenham mais vigor do que se pensa. O caso do Brasil é interessante. É uma democracia recente, onde um Presidente assumidamente defensor da ditadura foi eleito, mas que, apesar de tudo, não conseguiu subverter o sistema democrático para se perpetuar no poder. Também o facto de nos EUA não ter havido uma maré trumpiana vitoriosa mostra que a funda tradição democrática americana possui alicerces mais sólidos do que se suspeitava.
Numa entrevista ao Público de domingo passado, Kerry Brown, professor de Estudos Chineses no King’s College, de Londres, e autor de um livro sobre Xi Jinping, o líder chinês, sublinhava que as autoridades chinesas crêem que as potências ocidentais estão em decadência. A crença no declínio do Ocidente e a crença no declínio das democracias liberais, não sendo a mesma coisa, irmanaram-se no decorrer da História dos séculos XX e XXI. Também as potências do eixo, aquando da segunda guerra mundial, com Hitler à cabeça, estavam convencidas da decadência das democracias. É, assim, plausível pensar que a retórica, tanto dos amigos como dos inimigos, acerca da decadência ocidental e das democracias faça parte do metabolismo político e cultural que permite a esse Ocidente e a esses regimes democráticos regenerarem-se, recriando-se e reinventando-se. As democracias, julgo, continuam em acentuado perigo, mas talvez possuam mais poderes para enfrentar as adversidades do que se pensava.
J.C.M., Crónica publicada no Jornal Torrejano . (Sublinhado nosso)
Nº 10 da Revista Dobra: «INTERVALO»
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Lançamento de «Passagens com Manuel António Pina», no Porto
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Organização e concepção editorial de Rita Basílio (UNL- FCSH), no âmbito do Projecto «Desimaginar o Mundo» da Várias Vozes. Editado por Várias Vozes & Textiverso.
Onde mora a infância? por Rita Basílio. Três livros: três homenagens
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Onde mora a infância?
Rita Basílio
Poderíamos falar de casas quando falamos de livros, os livros são lugares que se abrem para fora e para dentro − lugares com tempo para dialogarmos com os outros e com espaço para conversarmos connosco mesmos.
Um livro pode ser uma casa estrita ou uma vasta biblioteca, tudo cabe num livro, sobretudo num livro infantil – aquele que acolhe começos, com a surpresa de olhos iniciais.
Onde encontrar esses olhos? Onde começa esse olhar sem fim?
Todos os escritores e artistas que procuram esses olhos escrevem para crianças. A criança é a mais alta coisa que o adulto cria.
Escrever literatura infantil é um modo de tentar manter a infância na nossa morada, para que a correspondência com a criança nunca cesse, para que os nossos olhos não se fechem depressa demais.
Estes três livros são três homenagens.
A Bela Desaparecida é uma homenagem ao fantástico universo da poesia e das narrativas tradicionais, berço de toda a criatividade humana, e ao poder (re)inventivo da Literatura − a mãe de todas as histórias que nos encantam desde que nascemos.
O Lápis Azul é uma homenagem à Arte e à sua liberdade livre, à sua forma de ser expressão do que nenhuma censura pode calar. Uma homenagem à imprevisibilidade das suas visões e aos modos como elas nos fazem ver muito além do que pode ser dito.
O País dos Homens Sábios é uma homenagem a Manuel António Pina, o Poeta que nos ensina que nem na mais infinita das Bibliotecas poderá alguma vez ser escrito e revelado o verdadeiro segredo da Literatura – o seu não saber. É aí que a infância mora, nesse lugar, em nós e fora de nós, onde o desconhecido nos faz perguntar, onde a curiosidade nos faz procurar, onde a vida é o próprio espanto de acontecer, o entusiasmo do mundo!
Porto Editora, 2007 Textiverso, 2008 Textiverso, 2021
PVP: 8 euros PVP: 14 euros
Exposição «Onde mora a infância» em torno de três livros de Rita Basílio
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Exposição de pinturas e desenhos de Marta Ubach, Ema M. e Fátima Afonso em torno dos livros, respectivamente, No País dos Homens Sábios (Textiverso), O Lápis Azul (Textiverso) e A Bela Desaparecida (Porto Editora), de Rita Basilio.
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A Casa das Histórias faz este convite (e desafio):
Viagem no mar de Sesimbra, de Ana Matos (edição bilingue)
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Nota: Basta clicar em qualquer ponto da imagem para ver algumas páginas no interior do livro.
- Apresentação de «Achegas para a História e Etnografia de Maceira», de José Ribeiro de Sousa
- Lançamento de O Reino de Bol, o Caracol, de Trindade Pereira
- Língua portuguesa, Literatura e Formação de leitores, ebook disponível
- Trindade Pereira. Concerto «O Piratinha Brincalhão - Os Iberzitos vão à Música»
- Michael Sandel e a roda da Fortuna, por JCM
- André Camponês em representação da Textiverso no lançamento do livro Língua Portuguesa, literatura e formação de leitores em Maputo
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