Da minha memória para vós, de Maria Aurora Pereira: 2ª edição revista e ampliada
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A Textiverso, em parceria com a Várias Vozes, tem o prazer de anunciar a 2ª edição, revista e ampliada, do livro Da minha memória para vós, de Maria Aurora Pereira.
A 1ª edição deste livro destinou-se à família e amigos, como uma «surpresa» que a autora lhes quis fazer no dia 12 de Maio de 2019, data em que se reuniram para festejar o seu 90º aniversário.
A edição, nas circunstâncias, assumidamente informal, em breve se esgotou, não tendo sido possível corresponder ao número de pedidos recebidos posteriormente, por parte de ex-alunas e ex-alunos, que nunca a esqueceram e que, informados da existência da obra, manifestaram, de imediato, o desejo de a adquirirem.
Conhecedora da natureza, qualidade e pertinência da obra, a Associação Cultural e Artística Várias Vozes decidiu, considerando-a exemplar, inaugurar, com esta segunda edição, norteada agora por um maior rigor, a série que tinha previsto lançar com o nome «Linhas de Vida», que acolheria histórias e testemunhos de vida.
Esta é a «narrativa de viagem» de Maria Aurora Pereira, que assim a sintetiza nestas suas palavras tão carregadas de poesia: «Na rocha firme pus a força do meu sonho» (uma écfrase que escreveu para um quadro de Celestino Alves, por ocasião da exposição de algumas das obras deste pintor em Leiria, em Setembro de 2020).
Trata-se, de facto, de uma viagem no espaço-tempo, amplamente documentada com textos e fotografias, que nos leva da «casa» onde tudo começou (apresentada em dísticos poéticos a acompanhar imagens carregadas de memórias), até ao ethos familiar em que viveu a infância, passando depois à abertura ao mundo, por etapas sucessivas de alargamento de horizontes: a escola primária, o «seu Liceu», o Rainha Santa Isabel – o «coração» do livro, poder-se-á dizer –, a universidade, a vida profissional, com o regresso ao Rainha Santa, agora como professora de Geografia, o ano no Funchal, onde efectivou, o desempenho dos cargos de vice-reitora e reitora do «seu Liceu», a experiência de leccionação após o 25 de Abril, até à última aula, a jubilação e o recomeço num novo patamar: a actividade na Associação de Antigas Alunas do Rainha Santa Isabel e no Instituto António Ferreira Gomes.
A Geografia e o Ensino são as suas duas grandes paixões e, juntas, a estrela que norteia toda a «viagem». O livro é enriquecido com os testemunhos espontâneos de colegas, de alunas e alunos − que, de certa forma, representam os tantos outros que não lhe foi possível fazer figurar no livro − que, ao longo do tempo, quiseram e souberam explicitar a admiração e amizade que os manteve em contacto com a «querida professora» Maria Aurora Pereira. Distinguida com dois louvores oficiais, mereceu ainda, no seu 90º aniversário, sentidas palavras de homenagem de Marcelo Rebelo de Sousa, na qualidade de Presidente da República (que são reproduzidas na obra).
«Vivo a minha vida em anéis crescentes» («Ich lebe mein Leben in wachsenden Ringen»), assim inicia Rilke um dos seus mais conhecidos poemas, um verso que poderia figurar como mais uma epígrafe a Da minha memória para vós.
Vivamente recomendamos a sua leitura, seguindo Maria Aurora Pereira neste seu percurso «de claridade em claridade». Os nossos parabéns à autora, narradora e protagonista!
Dobra 8. Chamada de trabalhos
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Palavra-problema: Fragilidade
A «chamada de trabalhos» desdobra-se entre uma convocatória textual e uma solicitação imagética, alargando campos de legibilidade.
folhas caídas –
quando os deuses se ausentam
surgem as ruínas
(Matsuo Bashô, traduzido por Joaquim M. Palma)
Talvez seja mais fácil encontrar fora da tradição ocidental um pensamento guiado pela fragilidade — pela evidência do que é frágil —, do que no interior daquilo a que chamamos a «nossa» cultura.
«O Sr. Riscado». Um livro para ler e colorir, riscar e arriscar...
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É com imensa alegria que a Textiverso publica, com a sua chancela, em parceria com a Várias Vozes e Corvos do Lis, este delicioso livro para as crianças que gostam de (ar)riscar.
Enquanto a Ana Cristina Tavares convida as crianças a ler a história do Sr. Riscado, a Rosário Sousa convida-as a dar cor aos desenhos que fez para ele.
O Sr Riscado é um livro para ser lido e re-criado por cada criança, que o pode pintar, riscar e reinventar, descobrindo que as palavras podem ser escritas e reescritas de muitas maneiras.
Até é possível inventar novas histórias: a história do Sr. Pontual, por exemplo, ou a história da Sra Espiral.
«Notícias do Arrabal», um novo Mensário Regional, dir. André Camponês
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A Textiverso orgulha-se de anunciar mais uma iniciativa de André Camponês (Fernando André Camponês), membro do conselho editorial e directivo da Textiverso. Com Miguel Crespo, fundou, em Novembro passado, o Notícias do Arrabal, de que é director. Este novo Mensário Regional, de que já saíram três números, é administrado Pela Associação Cultural e Recreativa Rancho Folclórico do Freixial.
Destacamos a menção que lhe é feita no número deste mês de Amormais:
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Trazemos aqui o «Editorial» do número inaugural, nas palavras de André Camponês:
A imprensa local tem desempenhado e continuará a desempenhar uma função social de extrema importância, dado que constitui um elo muito estreito entre cidadãos desta nossa comunidade, tornando-a mais informada e vinculada às suas raízes. O jornal Notícias do Arrabal é um mensário de informação local e regional, ao serviço do desenvolvimento da freguesia e do reforço da sua identidade histórico-cultural. Tem como vocação principal a prestação de um serviço de informação da atualidade local e regional, norteando-se pelos princípios deontológicos da imprensa e da ética profissional, não prosseguindo fins meramente comerciais, nem encobrindo ou deturpando a informação, num desrespeito pela boa fé dos leitores.
Para além desta importante função, pretende ser um meio de comunicação com forte relevância no que concerne à divulgação dos acontecimentos sociais e culturais, possibilitando o enriquecimento do arquivo cultural e histórico desta localidade e região. Numa lógica de reforço do sentimento de pertença, os conteúdos noticiosos a publicar no jornal serão vocacionados para o público alvo da informação, designadamente a comunidade arrabalense. Neste sentido, a missão do Notícias do Arrabal é garantir a proximidade entre o cidadão e a sua comunidade envolvente, viabilizando a interação das pessoas e a partilha de conhecimentos e interesses. De igual forma, sublinhamos o papel determinante que este meio de comunicação irá desempenhar na consciencialização dos cidadãos face à realidade política, social e económica que os rodeia. A este nível, pretende-se incentivar a autoconsciência interventiva e integradora, fundada nos valores de uma cidadania pró-ativa, e fomentar, por esta via, um maior sentido crítico, individual e coletivo, que possa contribuir para uma maior democratização dos processos de inclusão equitativa, de intervenção pública e de participação em melhores formas de vida.
Numa sociedade contemporânea, marcada pela mundialização e globalização – conceitos conotados com as noções de desenraizamento, homogeneização e perda da referência identitária –, o Notícias do Arrabal surge com o propósito de elevar o nome da freguesia e unir os seus naturais, residentes ou emigrantes. Face a estes desideratos e às múltiplas virtualidades que lhes estão subjacentes, disponibiliza-se um canal que permita à comunidade conscientizar as suas preocupações e problemas, valorizar e ver valorizada a sua experiência quotidiana, conhecer o seu património artístico e cultural e a sua memória histórica.
«Das Revistas: Voltar a Ver». Org. Sónia Rafael (FBAUL-CIEBA) e Rita Basílio (UNL-IELT)
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A Textiverso tem o prazer de anunciar mais uma publicação, realizada em parceria com a Várias Vozes e com o apoio da Faculdade de Belas Artes de Lisboa.
«Publicar uma revista é entrar numa relação sensível e atenta ao espírito do presente.»
— Gwen Allen
Este pensamento serviu de mote ao colóquio «Das Revistas: Voltar a Ver», que abriu lugar a um primeiro debate de reflexão sobre revistas que, no panorama contemporâneo, sinalizaram (sinalizando ainda) uma posição ideológica mais experimental, por vezes até radical e heterodoxa, perante a arte, a cultura e a sociedade. Publicações que, através da literatura, da expressão plástica ou do design, deixaram uma marca indelével no zeitgeist da cultura portuguesa.
No livro Das Revistas: Voltar a Ver, pretendeu-se manter a forma da reflexão aberta, própria do formato das conferências que lhe serviram de ponto de partida. »
Destacamos, ainda, o fecho da «Introdução»:
[...] Cumpre-se, assim, o propósito de abrir um campo futuro de estudos sobre estas e outras revistas que [...] surgem como agenciamentos pluridisciplinares cuja atenção ao heterogéneo, à multiplicidade das circunstâncias, à escrita, à expressão plástica e ao design se não subordina a modelos ou teorias, procurando, sim, ser abertura para o nascer de melhores modos de ver e de viver. Afinal, lembra Alberto Caeiro, «o essencial é saber ver».
«Os velhos e os fracos», por J.C.M.
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É plausível afirmar que o corpo político, ao contrário do que aconteceu na primeira vaga da pandemia, não tem estado feliz na actual situação. Refiro-me ao Presidente da República, ao Primeiro-Ministro e aos dirigentes das várias oposições. Todos eles não viram, ou não quiseram ver, que os portugueses, passado o medo inicial, iriam complicar a realidade e tomar o vírus como coisa sem importância. Não sei, todavia, se os esforços conjuntos de Marcelo Rebelo de Sousa, António Costa e Rui Rio, como principal líder da oposição, mesmo sem os sinais contraditórios dados, seriam suficientes para impor aos portugueses, de forma mais musculada, outro tipo de comportamentos.
Há um problema que perpassa na forma como parte da população passou a lidar com o assunto. O vírus não é tão mortal como dizem. Mata alguns velhos e, entre os mais novos, só é problemático para os que sofrem de algumas doenças, isto é, os mais fracos. É isto que, apesar de falso e imoral, está na cabeça de muita gente, que acha que o determinado pelo poder político é apenas facultativo e um embaraço que não se deve tomar em consideração. Trata-se de uma forma de selecção natural e, por isso, justa. Eu que estou no vigor da vida – pensam – não tenho de ser cerceado nos direitos por causa de velhos e fracos. Tenho direito de facto, mesmo que contrarie a lei, a fazer o Natal e a passagem de ano como bem me aprouver, assim como conduzir a vida como entender. Mesmo que estas ideias não tivessem sido formuladas explicitamente por muitos dos que infringiram recomendações e leis, elas estavam lá a soprar-lhes aos ouvidos.
Isto mostra como faliram nas sociedades contemporâneas conceitos como de próximo ou de dever para com os outros. A secularização da sociedade portuguesa, composta em grande parte por católicos não praticantes, conduziu a que se deixasse de ter disponível a ideia de amor ao próximo como guia dos comportamentos. Por outro lado, a ideia de dever para com o outro, uma forma laica de impor uma moral do respeito, não encontrou espaço para florescer, num ambiente marcado pela cultura do eu e dos seus interesses e prazeres. Ora quando nem a religião nem a moral são suficientes para que os indivíduos percebam o dano que condutas irresponsáveis provocam, só resta a violência legítima dos representantes do soberano, que em democracia é o povo. É para isso que serve, em primeiro lugar, o poder político, tornar a comunidade, segundo as regras do Estado de direito, um espaço seguro para todos, incluindo velhos e fracos. E isto tem falhado.
J.C.M., in Jornal Torrejano, de 23 de Janeiro 2021 e aqui.
Ana Isabel Marques e o seu novo livro para crianças
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Porque queremos dar todo o destaque aos autores que nos privilegiam, independentemente de publicarem noutras editoras a que estão também ligados (como é o caso de Ana Isabel Marques), trazemos aqui, publicada pela Afrontamento, O Rei e o Piolho, a obra mais recente de Ana Isabel Marques para o público infanto-juvenil (mas não só, pois que será lida com muito interesse e prazer pela criança que não deixámos morrer em nós). Encomendar Este endereço de email está protegido contra piratas. Necessita ativar o JavaScript para o visualizar.
Aproveitamos o ensejo para dar a conhecer duas obras anteriores publicadas com a mesma chancela:
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Ana Isabel Marques, além das crónicas que a Textiverso tem vindo a publicar neste site e que têm merecido um sempre crescente interesse dos leitores /autores que nos visitam, é também autora de dois livros para crianças com a nossa chancela, nomeadamente, na colecção «Histórias de longe», Alfabeto, uma adaptação de Edward Lear, e Viagens por Terras de Leiria de há dois séculos na Companhia de Julia Pardoe, uma adaptação de episódios relatados por Julia Pardoe em Traits and traditions of Portugal. Estes dois livros são ilustrados, respectivamente, por Maria Teresa Basílio e Carmo van Damme. Encomendar: Este endereço de email está protegido contra piratas. Necessita ativar o JavaScript para o visualizar.
É ainda da concepção e organização de Ana Isabel Marques o livro que inaugura a Minitextiverso: Era uma vez ... e a história continua:
Last, but not least, recordamos que Ana Isabel Marques fez a sua estreia na cena literária como investigadora, com dois livros, notáveis pelo extremo rigor científico e qualidade literária, sobre a obra e mediação cultural da escritora luso-alemã Ilse Losa, fruto de uma longa, rigorosa e aturada investigação: Paisagens da Memória. Identidade e alteridade na escrita de Ilse Losa (2001) e As Traduções de Ilse Losa no Período do Estado Novo (2014), publicados pela editora MinervaCoimbra. Disponíveis na Wook, FNAC e Bertrand.
«Várias Vozes - edições» estreia com a edição da Obra de Maria Amélia Neto
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A colecção «entretanto», das edições Várias Vozes, constitui uma linha editorial destinada à edição de autores da literatura do século XX (e anteriores) que foram esquecidos pela crítica. É uma linha de investigação académica, centralizada em estudos teóricos que acompanham as obras inéditas ou reeditadas. Rui Magalhães, que a dirige, é o organizador dos dois primeiros volumes e o autor do terceiro da trilogia que apresentámos.
A Textiverso congratula-se por reforçar a sua parceria associativa com a Várias Vozes, parceria que tem como missão aproximar os estudos académicos e a investigação universitária do público em geral.
RESERVAR:
Atendendo ao facto de a edição ser muito pequena, o leitor interessado poderá efectuar uma reserva (sem qualquer compromisso da sua parte, mas assegurando a disponibilidade de um exemplar de cada volume), enviando um email para o endereço: Este endereço de email está protegido contra piratas. Necessita ativar o JavaScript para o visualizar.
«2020, um ano para esquecer?», por JCM
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Miquel Barceló, Chemin de Lumières, 1986. Pormenor
O ano de 2020 não foi fácil. A pandemia desestruturou os nossos hábitos e começou a desfazer a relação tradicional que tínhamos com a vida. Introduziu a incerteza nas decisões, o medo nos comportamentos, o afastamento entre pessoas. Deu lugar a que pululassem na esfera pública as mais descabeladas e perigosas ideias sobre teorias conspirativas e promoveu a menorização dos perigos que a pandemia representa, inclusive com o beneplácito e a participação de quem mais se lhe deveria opor. À doença foi-lhe acrescentada uma dose enorme de irracionalidade.
Um segundo acontecimento extraordinário veio dos EUA. Assistiu-se em directo a uma tentativa de subversão da democracia americana. Uma subversão fortemente apoiada pela massa e que tem tentado tudo para evitar que o vencedor das eleições assuma o cargo. Quando isto se passa numa república das bananas, ninguém estranha. Quando os EUA estão à beira de se transformarem, à vista de todos, em república das bananas, alguma coisa perigosa anda no ar. A irracionalidade que se encontra em muita gente relativamente à pandemia é gémea daquela que apoia a tentativa de subversão dos resultados eleitorais nos EUA.
O ano de 2020 foi, deste modo, um ano em que as forças mais obscuras e perigosas que habitam o rabanho humano encontraram campo propício para lançarem o caos e ameaçarem a vida civilizada. São forças terríveis e têm ao seu serviço instrumentos poderosos, entre eles a comunicação instantânea trazida pelas redes sociais. Aos mais distraídos, convém lembrar que essas forças, no século XX, desencadearam duas guerras mundiais. No entanto, talvez devamos dar alguma atenção à palavra de S. Paulo quando diz «onde o pecado abundou, superabundou a graça». Onde a irracionalidade cresceu, também a razão se excedeu.
A resposta da racionalidade científica à pandemia é um acontecimento digno de realce. É notável como em poucos meses se acumulou uma quantidade de conhecimento enorme sobre a doença e como se chegou a um conjunto de vacinas que permitirão lutar com mais esperança contra a ameaça. Também está a ser, até à hora em que escrevo, notável a resposta das instituições democráticas americanas à ameaça que sobre elas impende. Tanto o sistema eleitoral dos estados federados como os tribunais têm conseguido fazer prevalecer a razão democrática sobre a irracionalidade autoritária. Se tudo correr bem com a vacina e com a democracia americana, talvez o ano de 2020 seja um ano não para esquecer, mas para lembrar. O ano em que a razão científica e a razão democrática venceram as forças obscuras da irracionalidade.
JCM. In Jornal Torrejano, 20 Dez 2020 e http://kyrieeleison-jcm.blogspot.com/2020/12/2020-um-ano-para-esquecer.html
Et incarnatus est
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Concepção e composição de Catarina Rato para a Editora Textiverso