«Virtudes Militares», uma crónica de JCM
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Virtudes Militares
[Crónica publicada no jornal A Barca]
Quando se fala em virtudes militares, a primeira em que se pensa é a da coragem. O exercício da guerra exige-a. No entanto, não é a única virtude que a instituição militar cultiva. Além dela, há um conjunto de valores inerentes às Forças Armadas e que seriam de grande utilidade à comunidade, caso elas transbordassem para a sociedade civil. Os portugueses – entre eles, e com razões acrescidas, os governantes – estão orgulhosos da forma como o processo de vacinação contra a COVID-19 tem decorrido, estando vacinada praticamente toda a população vacinável. Pouca gente terá dúvidas de que o êxito deste processo se deve, em grande medida, à liderança de um militar, o Vice-Almirante Gouveia e Melo, que pegou num processo onde se vislumbravam já derrapagens e oportunismos vários.
Liderar a vacinação em massa da população não exigirá a coragem requerida pelos campos de batalha, mas necessita de outras virtudes existentes na instituição militar. Disciplina, organização, rigor, definição de objectivos realistas, espírito de missão e, acima de tudo, espírito de serviço à comunidade. Quem observa o processo de vacinação fica com a nítida impressão de que o líder da task-force possuía todas essas virtudes, as quais são trabalhadas e desenvolvidas pela instituição militar. Levou-as para o terreno, liderando o processo como se ele fosse uma batalha decisiva contra um inimigo astuto e cruel. Num tempo em que os valores correntes na sociedade são os do interesse pessoal e da sobreposição deste aos interesses da comunidade, é reconfortante ver a acção de alguém que evidencia como valor supremo o espírito de serviço.
Como em todo os lugares, também nas Forças Armadas haverá gente venal, que tenta tirar partido pessoal do lugar onde se encontra, por vezes infringindo a própria lei. O ethos da instituição, porém, não é esse, mas o de servir a comunidade até ao sacrifício supremo, se for esse o caso. Muitas vezes, isso é esquecido. O exemplo do processo de vacinação deveria acordar a sociedade portuguesa não para o desejo de ser governada por militares – o que envergonharia militares e civis – mas para o bem que seria a comunidade deixar-se contaminar pelas virtudes militares exibidas por Gouveia e Melo. Repito-as, disciplina, organização, rigor, definição de objectivos realistas, espírito de missão e espírito de serviço. Tornariam a sociedade mais forte e os indivíduos mais capazes e mais exigentes consigo e com aqueles que governam. É possível – ou provável –, porém, que não se tire qualquer lição do exemplo que tem sido dado a todos. Infelizmente.
Conversas sobre ensaio e arte. Programação. Org. Rita Basílio, Sónia Rafael, Victor Almeida e Jessica Chiara
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Campo ABERTO é um ciclo de conversas em live streaming entre Portugal e Brasil, com transmissão via Youtube, integrado ao Projeto de Investigação SEE – Sobre Ensaio e Ensaísmo (parceria entre a Nova FCSH, a Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa, a UFRJ e a PUC-Rio)
O primeiro ciclo contou com 6 conversas entre outubro e novembro de 2020. Este segundo ciclo terá 9 sessões, que decorrem todas as terças-feiras, entre 05 de outubro e 23 de novembro de 2021,
Ana Cristina Luz - novos sucessos
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Para festejar o Dia do Autor Português e o Dia da Cidade de Leiria, o novo livro da nossa autora Ana Cristina Luz sobre o ilustre autor seiscentista Francisco Rodrigues Lobo, natural de Leiria.
A sua vida é contada às crianças na boca do pastor Lereno, o protagonista da trilogia constituída pelas obras A Primavera, O Pastor Peregrino e O Desenganado.
Este livro será entregue pelo Município de Leiria em todas as escolas do 1.º ciclo, mais uma das múltiplas iniciativas em prol da cultura promovidas pelo nosso Município.
A autora está de parabéns, bem como a Textiverso em que tem vindo a publicar com um já vasto leque de obras.
Deixamos abaixo as capas, em thumbnail, dos livros para crianças da sua autoria:
RITA BASÍLIO - Promover a leitura como um hábito trans/formador.
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Sobrelevando a importância de promover o prazer da leitura desde idade precoce, Rita Basílio fala, nas «I Jornadas Júnior da Língua
Portuguesa», no Mindelo, do projecto Motiv/Arte, dos Corvos do Lis, como exemplo de práticas interartísticas e re-criativas em contexto educativo.
PAINEL 1: A LITERATURA INFANTIL EM DIÁLOGO COM OS LEITORES
«Promover a leitura como um hábito trans/formador – a leitura re-criativa e o prazer do texto (uma proposta e alguns desafios inter-artísticos)»
proferida por RITA BASÍLIO (Universidade Nova de Lisboa)
[Rita Basílio integra o conselho editorial da Textiverso e é editora da revista Dobra . É também presidente da Várias Vozes, Associação Cultural e Artística, que tem parceria com a Textiverso]
Viagens por terras de Leiria de há dois séculos, na companhia de Julia Pardoe , de Ana Isabel Marques
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Título: Viagens por terras de Leiria de há dois séculos, na companhia de Julia Pardoe
Autor (Tradução e adaptação): Ana Isabel Marques
Ilustrações: Carmo Van Damme
Colecção:HISTÓRIAS DE LONGE
ISBN:978-989-864-03-8
Preço: 8 euros
Disponibilidade: disponível
Viagens por terras de Leiria de há dois séculos, na companhia de Julia Pardoe é uma tradução/ adaptação de alguns episódios narrados em Traits and Traditions of Portugal por Julia Pardoe, uma jovem inglesa que os vivenciou ou ouviu contar, nos dois anos (1826-1828) em que esteve em Portugal.
Destinado ao público infanto-juvenil, este livro integra o projecto «Histórias de longe», da CICS.NOVA-IPL.
Conforme podemos ler no artigo «Traits and Traditions of Portugal, de Julia Pardoe, uma interpretação a duas vozes», contributo de Ana Isabel Marques para o 1.º número da 2.ª Série de Cadernos Leirienses de Estudos Etnográficos, 2020 (com a chancela da Textiverso), a obra Viagens por terras de Leiria de há dois séculos, na companhia de Julia Pardoe é constituída por pequenas narrativas em verso que darão conta «do colorido do quotidiano de outros tempos e levarão os pequenos leitores do século XXI a «refletir sobre as adversidades passadas e sobre a capacidade coletiva de superação das mesmas». A partir da narrativa de Julia Pardoe foram, pois, escolhidos e adaptados em verso para português alguns breves relatos capazes de lhes despertar o interesse. Voltando a citar a autora: «Com o uso da rima, cadência e sonoridade, procurou-se compensar a beleza das extensas descrições do texto original. Trata-se de uma tradução centrífuga (usando a terminologia de Schleiermacher), ou seja, são o autor e o texto que se deslocam ao encontro do jovem leitor para se lhes darem a conhecer», e uma adaptação elaborada «com base na convicção de que, numa era pautada pela volatilidade dos conteúdos, é necessário que os mais novos conheçam os usos e costumes, histórias e lendas, à margem dos manuais de História».
Apresentamos duas páginas:
Apoio da DGArtes ao projecto de formação-acção «Confi-Arte», dos Corvos do Lis e Várias Vozes
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A Textiverso tem o prazer de anunciar o reconhecimento e apoio da DGArtes ao projecto de formação-acção «Confi-Arte», dos Corvos do Lis e Várias Vozes. Rita Basílio, directora desta associação e membro do conselho editorial da Textiverso, é a coordenadora pedagógica dos Corvos do Lis e a responsável pelo projecto «Confi-Arte»: «oficinas re/criativas de Arte-Cidadania».
O projecto Confi-Arte (disseminação e desenvolvimentos de novos públicos e agentes de mudança) decorre da experiência pedagógica e do trabalho de investigação e exploração de boas práticas, que tem sido desenvolvido no projecto Motiv/Arte, implementado em 2016, no âmbito das AEC (educação não formal), no Agrupamento Correia Mateus, e a funcionar em Leiria, desde essa data .
Da minha memória para vós, de Maria Aurora Pereira: 2ª edição revista e ampliada
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A Textiverso, em parceria com a Várias Vozes, tem o prazer de anunciar a 2ª edição, revista e ampliada, do livro Da minha memória para vós, de Maria Aurora Pereira.
A 1ª edição deste livro destinou-se à família e amigos, como uma «surpresa» que a autora lhes quis fazer no dia 12 de Maio de 2019, data em que se reuniram para festejar o seu 90º aniversário.
A edição, nas circunstâncias, assumidamente informal, em breve se esgotou, não tendo sido possível corresponder ao número de pedidos recebidos posteriormente, por parte de ex-alunas e ex-alunos, que nunca a esqueceram e que, informados da existência da obra, manifestaram, de imediato, o desejo de a adquirirem.
Conhecedora da natureza, qualidade e pertinência da obra, a Associação Cultural e Artística Várias Vozes decidiu, considerando-a exemplar, inaugurar, com esta segunda edição, norteada agora por um maior rigor, a série que tinha previsto lançar com o nome «Linhas de Vida», que acolheria histórias e testemunhos de vida.
Esta é a «narrativa de viagem» de Maria Aurora Pereira, que assim a sintetiza nestas suas palavras tão carregadas de poesia: «Na rocha firme pus a força do meu sonho» (uma écfrase que escreveu para um quadro de Celestino Alves, por ocasião da exposição de algumas das obras deste pintor em Leiria, em Setembro de 2020).
Trata-se, de facto, de uma viagem no espaço-tempo, amplamente documentada com textos e fotografias, que nos leva da «casa» onde tudo começou (apresentada em dísticos poéticos a acompanhar imagens carregadas de memórias), até ao ethos familiar em que viveu a infância, passando depois à abertura ao mundo, por etapas sucessivas de alargamento de horizontes: a escola primária, o «seu Liceu», o Rainha Santa Isabel – o «coração» do livro, poder-se-á dizer –, a universidade, a vida profissional, com o regresso ao Rainha Santa, agora como professora de Geografia, o ano no Funchal, onde efectivou, o desempenho dos cargos de vice-reitora e reitora do «seu Liceu», a experiência de leccionação após o 25 de Abril, até à última aula, a jubilação e o recomeço num novo patamar: a actividade na Associação de Antigas Alunas do Rainha Santa Isabel e no Instituto António Ferreira Gomes.
A Geografia e o Ensino são as suas duas grandes paixões e, juntas, a estrela que norteia toda a «viagem». O livro é enriquecido com os testemunhos espontâneos de colegas, de alunas e alunos − que, de certa forma, representam os tantos outros que não lhe foi possível fazer figurar no livro − que, ao longo do tempo, quiseram e souberam explicitar a admiração e amizade que os manteve em contacto com a «querida professora» Maria Aurora Pereira. Distinguida com dois louvores oficiais, mereceu ainda, no seu 90º aniversário, sentidas palavras de homenagem de Marcelo Rebelo de Sousa, na qualidade de Presidente da República (que são reproduzidas na obra).
«Vivo a minha vida em anéis crescentes» («Ich lebe mein Leben in wachsenden Ringen»), assim inicia Rilke um dos seus mais conhecidos poemas, um verso que poderia figurar como mais uma epígrafe a Da minha memória para vós.
Vivamente recomendamos a sua leitura, seguindo Maria Aurora Pereira neste seu percurso «de claridade em claridade». Os nossos parabéns à autora, narradora e protagonista!
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