«Um passarinho disse-me que …», de Ana Isabel Marques
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Começo estas reflexões com um exercício de mea culpa por não conseguir deixar de sentir espanto ante o esmagador impacto das redes sociais. Trata-se da consequência (natural, dirão alguns) da democratização do acesso aos media e da banalização do voyeurismo social. Efetivamente, o vaticínio Warholesco da democratização da fama (os famosos «15 minutos de fama», passe a redundância) impõe-se, meio século mais tarde, em palcos diversos e por períodos de tempo mais alargados. As tardes televisivas em que se convida para subir ao palco o cidadão anónimo ávido de contar ao mundo o rol de desgraças que viveu, as temporadas de «Big Brother» ou de casamentos à primeira vista mais não são do que a venda da ilusão de que qualquer um pode tornar-se conhecido, logo, pode tornar-se uma pessoa importante ou uma figura pública (o que quer que isso signifique).
As redes sociais são outra vertente deste fenómeno de "dessacralização" dos media. São o palco daqueles que, não querendo ser convidados para os programas televisivos, criam os seus próprios canais para chegar ao público e terem visibilidade social. A facilidade com que o cidadão comum tem acesso a ferramentas que lhe permitem tele-difundir a sua pessoa, os seus familiares, o gato, o cão, o prato com comida, o prato sujo (ou qualquer disparate que lhe passe pela cabeça) não deixa de ter laivos de insanidade e gera um tsunami de poluição informativa que tem muitos lados negros.
Dir-me-ão que, à semelhança de toda e qualquer inovação tecnológica, há apenas bons e maus utilizadores e, esse facto, não põe em causa a valia da invenção. É verdade, mas não posso deixar de sublinhar o potencial de perigo que subjaz à realidade das redes sociais. A “palavra” ganhou uma perigosa velocidade de disseminação. As novas formas de comunicar não são rastilhos de pólvora, mas sim radiações atómicas. A informação falsa circula à mesma velocidade e pelas mesmas rotas em que circula a informação verdadeira, sem qualquer triagem e com total impunidade. E isso é uma realidade absolutamente tenebrosa. Quem nos governa conhece esses fenómenos melhor do que ninguém. E se, por cá, onde tudo tem menores proporções ou se desenrola em moldes mais brandos, nos ficamos pela verificação da fiabilidade da informação (com polígrafos SIC), nos Estados Unidos o termo «fake news» tornou-se tão banal quanto o coffee-break.
Descontente com os media que (ainda) tentam averiguar a verdade dos factos, o Líder de uma das nações mais pujantes do mundo vai ao Twitter largar as maiores aleivosias e com a mesma facilidade com que aqui a Dona Miquelina descarrega no Facebook fotos de um prato de camarão. E, assim, Trump move-se como ninguém nestes terrenos de informação pantanosa dos nossos dias. Foi catapultado para a Casa Branca por uma lógica de Reality Show que deixou o mundo boquiaberto. Aplicou a mesma lábia, peito feito e postura de “manager” experiente (aqui chamar-lhe- íamos charlatão) à política nacional e internacional, deixando os analistas políticos incrédulos. Deturpou, ameaçou e mentiu com uma desfaçatez (e falta de educação) que deixou aturdidos os seus pares. E tudo isto para gáudio de uma percentagem (como vimos não negligenciável) dos eleitores americanos que rejubila por ver na Casa Branca alguém desta têmpera e com esta “garra”. Alguém que fala a mesma linguagem, alguém que usa os mesmos megafones (leia-se, redes sociais) para verbalizar as mesmas baboseiras que o John da esquina. «That’s amazing!»
Receita Simples Para Cozinhar um Líder de Massas, de Ana Isabel Marques
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Receita Simples Para Cozinhar um Líder de Massas
Ana Isabel Marques
É cada vez mais assustadora a desvalorização do estudo das humanidades, e.g. História, Filosofia, Sociologia, em prol da entronização das ciências exatas, sobretudo, porque vivemos tempos particularmente perigosos e porque, infelizmente, não é a engenharia, a medicina ou a astrofísica (por muito que concorram para o nosso bem-estar material) que fornecem as ferramentas para sabermos lidar com fenómenos que estão a minar as sociedades atuais. Digo isto porque vejo os jovens e jovens adultos arredados dos tais estudos das humanidades e acefalamente reféns da estupidificante convicção da inutilidade das Letras. («Letras são Tretas»).
Se não vejamos, a História vai-nos deixando preciosas lições sobre os factores que, invariavelmente, estiveram na base da eclosão dos conflitos armados, das recessões económica ou da ascensão de regimes ditatoriais. A ignorância desses ensinamentos, o desprezo pela revisitação da memória coletiva (um exercício retrospetivo) e a obsessão com os avanços tecnológicos e científicos (exercícios prospetivos) podem-nos sair muito caros a curto e médio prazo. Refiro-me, muito concretamente, à forma como assistimos à ascensão de algumas figuras no panorama político nacional e internacional (figuras estas que não teriam a menor aceitação junto de um eleitorado esclarecido e conhecedor da História). Se atentarmos na forma como essas figuras vão arrebanhando votos e conquistando cada vez mais eleitores, verificamos que usam uma receita extremamente simples que se perde na noite dos tempos. Assim, vou dar-vos conta dos procedimentos e ingredientes para que (de forma fácil e rápida) possamos cozinhar um pequeno (ou mesmo um grande) tiranete.
Em primeiro lugar devemos ter consciência de que os regimes ditatoriais partem de uma noção de menoridade dos eleitores, menoridade esta sustentada por um incentivo à ignorância e um consequente desinvestimento na cultura e educação. O Líder de massas não vê os eleitores como concidadãos, mas sim como uma massa não pensante e ávida de um timoneiro. É usual que nos regimes totalitários o ditador assuma, por isso, alguns tiques de pseudo paternalismo de que resulta, por um lado, uma infantilização perniciosa do eleitorado e, por outro, uma idolatria do líder por parte da população que vê neste uma figura protetora, restauradora da ordem, de princípios e valores.
Dito isto, cabe referir que são os contextos de crise económica, com o consequente aumento das taxas desemprego e custo de vida galopante, que constituem os cenários mais propensos à entrada em cena da figura do líder de massas. E, posto isto, digamos que estão reunidos os ingredientes da marinada.
Vamos agora passar em revista os ingredientes necessários para cozinhar um líder de forma simples e eficaz. Em primeiro lugar, à semelhança de qualquer pater familias, o líder deve ter uma atitude que transmita confiança (independentemente das aleivosias que esteja a proferir), um tom de voz firme (por vezes desafiador) e sempre muito convicto. Isto do tom e da atitude é também depois uma questão de gosto pessoal, de temperamento e de estilo. E o cardápio é variado: pode ir desde a teatralidade de um Hitler, ao estilo mais arruaceiro, capaz de transmitir às massas a ideia de que tem “estofo” para ficar à entrada da gruta para correr à paulada quem se atreva a fazer-lhe frente.
Quanto ao modus operandi, existe igualmente um protocolo bastante rigoroso a observar. O líder deve refutar a ponderação, a análise e o consenso, pois tudo isto é sinónimo de indefinição ideológica, de fraqueza e de conluio – as chamadas «meias-tintas» abominadas pelo povo. O líder deve apostar na frontalidade (podendo, a gosto, adicionar alguma arrogância e mesmo falta de educação). “Coragem” para este líder é não ter medo de promover os conflitos e incitar à violência e “debater” é insultar com o objetivo de amedrontar o interlocutor e deleitar os eleitores ávidos de um bom Circo Romano.
Passemos agora ao conteúdo, à semelhança de um bom pater familias também o líder vai resgatar os pergaminhos dos «egrégios avós» e fazer tudo para restaurar o orgulho do clã (leia-se nação). Para isso, e numa toada perigosamente emocional, venera-se o solo pátrio, a língua materna, os feitos da nação, naquilo que é um entendimento deturpado e pernicioso do passado das nações. Trata-se do uso das mais elementares estratégias de promoção da identidade nacional no pior sentido do termo (recomendo vivamente as reflexões de Daniel-Henri Pageaux), pois, ao invés de incentivar os indivíduos a um melhor conhecimento de si mesmos e da sua cultura, o que passa também pela valorização dos contactos com outros povos e culturas, procura-se acima de tudo incutir a perniciosa noção da supremacia da identidade nacional sobre a das outras nações. Esta atitude, diz-nos a História, está na base do surgimento de políticas hegemónicas, belicistas e da eclosão de conflitos armados.
O ingrediente que se segue, e que é sucedâneo do anterior, é a identificação dos males sociais que urge arrancar pela raiz. Mais uma vez, à semelhança de um bom patriarca, é necessário ver de onde partem as ameaças ao bem-estar da família para promover a sua erradicação. Quando falamos de males, leia-se: fatores de natureza diversa que possam funcionar como «bodes expiatórios» para os problemas contextuais. Esses males podem ir, desde vícios estruturais, da máquina do Estado, (e.g. a corrupção, falhas nos sistemas judiciais ou na política de impostos), à falência da moral e bons costumes de antanhos. Segue-se a seleção dos alvos a abater, ou seja, a identificação das personagens que encarnem todas estas falências. Estes alvos podem ser também de proveniência diversa, desde alvos fáceis já caídos em desgraça (e.g. suspeitos de corrupção) ou grupos que não tenham prestígio social e constituam comunidades minoritárias nas franjas (e.g. ciganos, refugiados, residentes de guetos nas periferias urbanas).
Estão, pois, desenhados os modos e escolhidos os motes da campanha do Líder: “Morte aos refugiados”, “Chega de corrupção”, “Portugal é dos portugueses”, “A justiça é uma vergonha” etc. etc. E isto "chega" para se criar um programa político. Não existe uma visão estratégica para promover o desenvolvimento do país, para solucionar os problemas das populações, nem existe uma preocupação efetiva para alcançar o bem comum. O único objetivo é, regra geral, o saciar de um ego descomunal, de uma ambição pessoal desmedida, a tomada do poder pelo poder e o enriquecimento material do líder (e de meia dúzia de apaniguados).
Concluo com a ideia com que iniciei esta reflexão: dificilmente alguém conhecedor das receitas milenares para o fabrico de tiranetes se deixaria ludibriar, em pleno XXI, por este tipo de figuras da política. Com o maior dos respeitos pela pluralidade democrática, a eleição deste tipo de figuras só se explica pela ingenuidade de muitos eleitores, pouco informados, e (legitimamente) em desnorte. E é indecentemente aproveitando-se das angústias de uma população vulnerável que os tiranetes da política têm a desfaçatez de se arvorarem em salvadores da pátria. Os livros, a educação e a cultura vão-nos ensinando que esse tipo de heróis são personagens de ficção. Daí que os tiranos sejam tão alérgicos aos livros.
Cadernos Leirienses – 2.ª Série. N.º 1 – Estudos de Etnografia e Património
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É com grande satisfação que anunciamos que já está à venda o 1.º número da 2.ª Série dos Cadernos de Estudos Leirienses, com o título Cadernos Leirienses – 2.ª Série. N.º 1 – Estudos de Etnografia e Património.
Aguardamos que as circunstâncias não tardem a permitir o seu lançamento presencial.
Lembramos que a nova linha editorial que abre com a 2.ª Série dos Cadernos constitui uma materialização da primeira das três vertentes – complementares – do projecto (I)materialidades – Etnografia e Património, de André Camponês, que se desenvolve numa parceria institucional e universitária entre a Associação Cultural e Artística Várias Vozes e a Textiverso.
Poderá consultar-se aqui a ficha técnica e a apresentação, por André Camponês (organizador e autor investigador).
[Cadernos Leirienses – 2.ª Série. N.º 1 – Estudos de Etnografia e Património. PVP: 12 euros. Encomendar.]
A «Dobra» continua a desdobrar-se
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Conheça as novas reflexões artísticas e textuais no «desdobramento» do último número (duplo 4/5) da revista online DOBRA, com a nossa chancela.
Apresentação do livro "A lista de Aristides de Sousa Mendes", de Ana Cristina Luz
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No dia 19 de Julho, dia do nascimento de Aristides de Sousa Mendes, teve lugar, na sua antiga habitação, a Casa do Passal, em Cabanas de Viriato, a apresentação do livro A Lista de Aristides de Sousa Mendes, de Ana Cristina Luz. A apresentação foi feita por António Pedro Sousa Mendes, neto do cônsul português. Nas circunstâncias em que vivemos, os convites tiveram de ser circunscritos a amigos e familiares.
Ler mais neste site.
Mais uma publicação do Projecto «Desimaginar o Mundo - Manuel António Pina»
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O Projecto «Desimaginar o Mundo - Manuel António Pina» está integrado na Associação Cultural Várias Vozes, que tem parceria com a Textiverso.
O Projecto «Desimaginar o Mundo - Manuel António Pina» foi criado e tem vindo a ser desenvolvido por Rita Basílio (IELT- UNL) e Sónia Rafael (IELT-FBAL), organizadoras da obra que anunciamos.
Recordamos que Rita Basílio, membro da actual equipa editorial da Textiverso, esteve entre os 5 finalistas do prémio PENCLUB - ensaio, de 2017, com o livro Manuel António Pina - Uma Pedagogia do literário.
No seguinte vídeo, Rita Basílio fala-nos da obra de Manuel António Pina, apresentando o presente livro de ensaios.
Ver vídeo aqui.
Disponível para encomenda directamente na Várias Vozes. Contactar: Este endereço de email está protegido contra piratas. Necessita ativar o JavaScript para o visualizar.
«A lista de Aristides de Sousa Mendes», de Ana Cristina Luz na imprensa
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Com a chancela da Textiverso, A lista de Aristides de Sousa Mendes, de Ana Cristina Luz,
publicitada no semanário Região de Leiria e na imprensa nacional.
Demos destaque à ípsilon.
Encomendar directamente à autora neste endereço: Este endereço de email está protegido contra piratas. Necessita ativar o JavaScript para o visualizar.
«Gummi, the Stolen Snow Bear», a integrar «Histórias contadas a crianças e nem por isso» (palavras de Manuel António Pina)
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Richard Furtado, linguista e tradutor de formação, estreia-se na Textiverso com Gummi, The Stolen Snow Bear, em inglês (língua materna do autor). Trata-se do seu primeiro livro com a chancela da Textiverso, integrado na rubrica «Ambiente e Ecologia» da recém-criada linha editorial a que demos o nome de «Histórias contadas a crianças e nem por isso», palavras de Manuel António Pina de que nos apropriámos como mote.
A convite expresso do autor, são de Carmo Van Damme as ilustrações.
Dedicado ao seu primeiro neto, Alex, este livro abre uma série a que outros se seguirão: os três netos que se sucederam a Alex merecem a Richard Furtado a dedicação de uma história como esta, fruto da perfeita aliança do espírito e do coração. Destacamos este passo da carta a Alex, constante do preâmbulo intitulado «Just in case you were wondering...»:
[…] everyone called you “Gummi Bear”. Which means that your name would have been “Gummi-Bear Furtado Neves”. […] So, it was perfectly obvious to me that your story had to be about “Gummi, the Stolen Snow Bear”.
Gummi, The Stolen Snow Bear terá o seu lançamento em Bribane, Austrália, onde já esteve agendado, tendo sido cancelado na sequência da recente crise pandémica que atravessamos.
O novo livro de Ana Cristina Luz, uma homenagem a Aristides de Sousa Mendes
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«Era meu objectivo salvar toda aquela gente, cuja aflição era indescritível». São estas palavras de Aristides de Sousa Mendes que Ana Cristina Luz coloca como epígrafe ao seu novo livro, A Lista de Aristides de Sousa Mendes, e que poderiam constituir uma sua súmula.
Este livro, com a chancela da Textiverso, é – diz-nos a autora – o resultado de alguns anos de trabalho, o fruto da sua dissertação de mestrado, e um sonho realizado: o de, à sua medida, homenagear Aristides de Sousa Mendes, presentificando o seu gesto altruísta de há oitenta anos, que tantas vidas salvou, com um livro que nos fala dos vistos passados a pessoas que, conforme o apurou a autora na sua investigação, devem a vida a este herói português: pessoas que se vieram a tornar célebres no mundo da cultura. Salvador Dalí é um dos nomes que integra a lista de Aristides de Sousa Mendes, entre muitos outros.
A inultrapassável importância do serviço público
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Há acontecimentos que têm um efeito revelador da natureza de certas posições políticas. A actual pandemia é um desses casos. O que teria acontecido aos portugueses se o país tivesse seguido aquilo que certos grupos sociais e políticos advogam relativamente à privatização da saúde e da educação? Esta pergunta deveria assombrar, como se fora um fantasma, cada um de nós. A resposta dada pelos profissionais do Serviço Nacional de Saúde (SNS) foi extraordinária. O próprio SNS mostrou uma inesperada resiliência, apesar de há muitos anos, sob o fogo de um radicalismo liberalizante, estar a ser desgastado e de haver nele um investimento cada vez mais parcimonioso. Também o sistema educativo público português e os seus profissionais deram uma resposta que merece ser sublinhada, ao reinventar-se de um momento para o outro.
O radicalismo liberalizante que sopra tanto de fora como de dentro do país teve, nesta terrível experiência, uma das suas maiores derrotas. Tanto no Serviço Nacional de Saúde como no sistema público de educação, os seus profissionais mostraram aquilo que verdadeiramente os move, apesar das campanhas que sobre eles regularmente se abatem. O serviço público. A ideia de serviço público tem sido alvo, desde há décadas, de ataques ferozes, desvalorizando quem abraça uma carreira que não conduzirá nem à glória nem à riqueza. Quando a comunidade precisou, de uma forma ainda mais urgente e difícil, daqueles que a servem, os corpos profissionais disseram presente. Os da saúde arriscando a vida para salvar os seus pacientes. Os da educação descobrindo, de um dia para o outro, um caminho para que as novas gerações continuassem a aprender.
O espírito liberal e o liberalismo não são um mal. Precisamos de pessoas mais livres, mais autónomas e responsáveis. Precisamos de uma economia concorrencial, menos dependente do Estado e mais do mercado. O liberalismo torna-se um mal quando se radicaliza e quer destruir o serviço público, quer entregar áreas tão importantes como a saúde ou a educação apenas nas mãos dos interesses privados. O liberalismo é um mal quando corta com a dimensão social e o espírito comunitário. Se há alguma coisa a aprender no contexto desta pandemia é a inultrapassável importância do serviço público. Esperemos que a lição seja aprendida e que um largo consenso, da direita à esquerda, se estabeleça na defesa de um serviço público de grande qualidade, e não meramente assistencial, tanto na saúde como na educação.
Jorge Carreira Maia,
Maio 2020. http://kyrieeleison-jcm.blogspot.com