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A imaginação no poder

Um dos slogans da revolta estudantil conhecida como Maio de 68 foi A imaginação ao poder! É possível que os estudantes revoltosos daqueles dias estivessem irados com o peso da razão na vida e no governo. A tradição liberal-democrática, que foi emergindo a partir do século XVIII, colocara a razão como fundamento das decisões políticas. A resistência à racionalidade liberal veio tanto da esquerda, com a mitologia da revolução, como da direita, na sua encarnação radical e nacionalista. Nestes projectos políticos, a razão foi destituída de guia político e tornou-se instrumento da imaginação política que se tinha apoderado do poder e punha em prática os mundos imaginários do paraíso social na Terra, à esquerda, ou da supremacia nacional e rácica, à direita. O resultado foi violência, campos de concentração e milhões de mortos.

Com o final da segunda Guerra Mundial e, posteriormente, com a Queda do Muro de Berlim, perante a multiplicação das democracias liberais, parecia que a razão ganhara a partida. Sol de pouca dura. O século XXI tem sido um tempo onde a imaginação está, paulatinamente, a tomar conta do poder. Os resultados são assombrosos. A guerra da Ucrânia é o produto de uma imaginação delirante sobre o destino da Rússia. A guerra na faixa de Gaza é alimentada pelas concepções imaginárias tanto do Hamas como da extrema-direita israelita. Combate-se, na verdade, por um Grande Israel imaginário ou pelo sonho de uma Grande Palestina livre de judeus. Foram vitórias da imaginação os triunfos de Bolsonaro e de Trump, cujas derrotas posteriores não asseguram que algo de semelhante não volte ao poder. As políticas imaginárias, baseadas sempre numa memória histórica fantasiosa, são o fundamento dos projectos políticos da extrema-direita e da direita radical em toda a Europa.

A imaginação no poder significa que os agentes políticos se pautam pelos mitos fundadores da sua cultura ou da sua nação. Tomam estes mitos como descrições da realidade. Com eles seduzem as massas incapazes de uma leitura racional do mundo e da política. Ora, esses mitos são factores de identificação e de exclusão do outro. O resultado é invariavelmente a violência e a morte. A razão é uma faculdade frágil e exigente. A sensatez, um dos seus apanágios, é um antídoto pouco eficaz perante a imaginação alucinada e a memória delirante de elites políticas incendiárias, apostadas no desencadear de paixões na massa desorientada pela complexidade do mundo. Estamos a descobrir, ou a redescobrir, o que é a imaginação no poder. Ainda no Maio de 60 se dizia: Sejam realistas, exijam o impossível! Eis que o impossível nos está a bater à porta.

Jorge Carreira Maia. In Jornal Torrejano (ver aqui)




CAPA Contos Arménios site 1Contos Arménios contracapa
Ver aqui.
Trata-se um conjunto de três pequenos contos, que constam do volume A Rapariga Dourada e outros contos populares e histórias de encantar contadas na Arménia (1898), de A. G.  Seklemian.
Pretende-se dar a conhecer aos jovens leitores um povo e um país que medeia entre dois continentes, a Europa e a Ásia. Apesar da antiguidade da História e Cultura arménias, existe, ainda hoje, um inexplicável desconhecimento sobre a identidade deste povo.
Constitui também uma homenagem a um dos principais mecenas na cultura nacional: Calouste Sarkis Gulbenkian (1869-1955). 
Sucedendo-se a Contos Japoneses, recomendado pelo Plano Nacional de Leitura (Ler+), é o n.º 4 da colecção «Histórias de longe», título do Projeto interdisciplinar no domínio dos estudos interculturais, de tradução e de intervenção para a cidadania (CICS.NOVA_IPLeiria). Pretende dar a conhecer ao público leitor infanto-juvenil autores e referências literárias de outros contextos culturais, numa ótica de estreitamento das relações entre povos e nações, promovendo, desde cedo, a capacidade de aceitação/valorização do Outro e de abertura ao multiculturalismo..



Por que razão é inaceitável a complacência, se não a cumplicidade, com aquilo que o Hamas fez em Israel? A razão é muito simples. É porque aquela acção contra civis desarmados, escolhidos como alvo militar, seguida de todos os horrores que se conhecem, revela uma faceta que os seres humanos trazem dentro de si, manifesta, para falar em linguagem religiosa, o demoníaco que está dentro de cada um. É a esta faceta que desde há muito se tenta domesticar, proibir-lhe a demonstração. É esse o trabalho da civilização. Pôr à distância o tenebroso que há nos homens. Ora, quando este se manifesta como se manifestou em Israel, aqueles que lhe encontram justificação – os fins justificariam os meios – não apenas desvalorizam o horror daquela manifestação de crueldade demoníaca, mantendo a metáfora religiosa, como mostram que, caso um fim o justificasse, o seu espírito estaria disposto a cometer os mesmo actos hediondos, estaria pronto para deixar o que há de pior em si se manifestar-se, fazendo com que a barbárie rompa o verniz civilizacional que nos permite viver uns com os outros, e contribuir para que o terror se torne o Zeitgeist, o espírito dominante do nosso tempo. Por isso, qualquer complacência com o que se passou é absolutamente inaceitável.

(J.C. M, https://kyrieeleison-jcm.blogspot.com/2023/10/o-inaceitavel.html)




Apresentação do livro Querido Poema, vem até mim

 

Realizou-se, na sede do Rancho Folclórico do Freixial,  a apresentação do livro Querido Poema, vem até mim, da autoria de Eulália Brites.  

 

Eulália CAPA 92 dpiPoema da contracapa 2
 

O coordenador editorial, André Camponês, adianta que se trata de uma obra composta por cem poemas «que dão conta de diferentes fases da vida da autora e que constituem uma forma de transposição autobiográfica de sentimentos e emoções intensamente vividos. Constituem áreas temáticas de particular relevo a família, a fé e o amor, basilares na construção do «eu poético». Para além dos referidos temas, a autora não é indiferente à realidade social, económica e política, não se coibindo de apontar de forma crítica as misérias deste mundo, concluindo, invariavelmente, com uma nota de esperança».

Com a chancela da Textiverso, em parceria com o mensário Notícias do Arrabal e o Museu Etnográfico do Freixial, esta obra constitui o primeiro volume da coleção «Poetas da Freguesia do Arrabal» que tem como objetivo dar a conhecer e promover o trabalho dos poetas arrabalenses.

 

 

Eulália lançamento fotos

 

 




SITE Teatro

Decorreu no passado dia 3 de Maio a apresentação de Teatro no Bairro, de Ana Cristina Luz. A sessão teve lugar durante as comemorações do centenário da Fábrica Maceira-Liz, do Grupo Secil.

Citamos as palavras de André Camponês:

«Através da consulta e sistematização de diferentes fontes documentais , este livro cumpre, em nosso entender, uma dupla função: um contributo para o conhecimento e/ou reconhecimento aprofundados da identidade local, em particular a de todos os antigos funcionários da empresa (SECIL Maceira-Lis), conferindo-lhe um valor heurístico que as gerações vindouras saberão ler e apreciar, e honra o legado familiar da investigadora que esteve associado a esta indústria secular.

Inserido no Projeto (I)materialidades: Etnografia e Património, designadamente à linha editorial «Memória e Património», o presente estudo divulga, promove e salvaguarda o património da comunidade e enriquece a herança cultural e a memória, conceitos fundamentais para a compreensão e definição dos valores de pertença e identidade das sociedades contemporâneas.

A editora Textiverso felicita a autora pelo zeloso trabalho de preservação e promoção do património da região.»

(André Camponês, Coordenador do Projeto (I)materialidades: Etnografia e Património e membro do Conselho Editorial da Textiverso)




Faixa2

 

Consulte aqui o desdobramento de homenagem ao Poeta de Todas as Palavras

VISITE A DOBRA

 

Rachaduras na página: notas para uma segunda infância

Paloma Roriz (PUC-Rio. FAPERJ)

 

A poesia entre o infinitamente grande e o infinitamente pequeno

Thiago Bitencourt de Queiroz (USP)

 

Em volta do poema «A poesia vai». Manuel António Pina e a pedagogia do literário.

Rita Basílio (NOVA-FCSH. IELT)

 

Um dicionário provisório de todas as palavras

Vincenzo Russo (Universidade de Milão)

 

Conversa de Paola Poma com Álvaro Magalhães

Álvaro Magalhães (Escritor)

 

Insubstanciais seres na língua do vento

Maria Cristina Martins (Poeta. UFRJ)

 

Manuel António Pina: uma voz, muitas vozes

Mariane Tavares (Unicamp)

 

Saudades de Manuel António Pina

Manuel Alberto Valente (Jornalista, cronista)

 

As mil portas de Manuel António Pina

Danilo Bueno (USP, FFLCH/DLCV)

 

Manuel António Pina, um cisne (ainda mais) tenebroso

Ederval Fernandes Amorim (FCSH)

 

A própria vida, essa estranha / notas entremeadas a um poema de Pina

Tarso de Melo (Poeta e ensaísta)

 

Celebrar o poeta no Porto com gente

Manuela Matos Monteiro | João Lafuente

 

Seis poemas novos

Leonardo Gandolfi (USP. Poeta)

 

Onde estás agora?

Jorge Sousa Braga (Poeta)

 

Rua Manuel António Pina

João Luis Barreto Guimarães (Poeta)